A BÍBLIA E A ADiVINHAÇÃO
Por Adélio Silva
Textos:
Atos 1:26" E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto comum, foi contado com os onze apóstolos".
Prov 16:33 "A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a sua disposição"
Gen 44:5 "Não é este o copo por que bebe meu senhor? e em que ele bem adivinha? Fizestes mal no que fizestes"..
Introdução
Adivinhação é uma prática do tempo de Moisés. "Lançar sortes" consistia em colocar pedras ou tabuinhas com nomes escritos em um vaso, o qual era sacudido até que um deles caísse. Pensava-se que era Deus quem causava aquela ação. Era utilizado na escolha de líderes , civis e eclesiásticos, nas divisões de heranças e determinação de casos duvidosos ( como o de Acã), ou para por fim a conflitos e desentendimentos . Ex.: Arão ( Lev 16:8; Num 34:13; Luc 1:8,9). (Examinar o ponto 3.h logo abaixo)
1 - Urim e Tumim (Ex 28:30; Lv 8:8)
Era um ou mais objetos pertencentes aos acessórios dos sacerdotes, utilizados para consultar a vontade do Senhor. Quando o povo estava em pecado, Deus não respondia através desse meio. Só foi utilizado até o reinado de Davi.
2 – Prática de adivinhação nas Escritura
Era condenável ( Lv 19:26; Deu 18:9-14. II Rs 17:17,18; 21:6) Apesar de proibido, Israel se envolveu muito com tais práticas.
3 - Métodos de adivinhação mencionados nas Escrituras
a) Rabdomancia ( Ez 21:21; Os 4:12). Varetas ou flexas eram atiradas para o ar e os presságios eram deduzidos das posições em que esses objetos caíam;
b) Heptacospia ( Ez 21:21). Exame do fígado ou outras entranhas dos animais sacrificados. Sentidos prováveis eram atribuídos aos diversos sinais desses órgãos, mais ou menos semelhantes ao que fazem os quiromantes ao examinarem as marcas das palmas das mãos de seus frequeses;
c) Terafins ( I Sam 15:23; Ez 21:21 e Zac 10:2). Imagens de antepassados mortos. Talvez uma forma de espiritismo remoto;
d) Necromancia ( Deu 18:11; I Sam 28:8; II Rs 21:6; Isa 8:19,20). Consulta aos m ortos, isto é, aos espíritos desencarnados. A maioria dos espíritos de mortos que se diz poderem entrar em contato com os vivos são de natureza maligna ou inferior. O judaísmo condenava o contato com os espíritos dos mortos , mas não considerava isso impossível. Pensavam que os demônios eram espíritos humanos desencarnados, depravados e aviltados;
e) Astrologia ( Isa 47:13; Jer 10:2). Tira suas conclusões mediante as posições dos astros celestes como o sol, a lua, planetas e as constelações em relação ao zodíaco (cinturão imaginário, no firmamento, que se estende por oito graus, de ambos os lados da vereda aparentemente seguida pelo sol, incluindo tanto a lua como os principais planetas. São os signos);
f) Hidromancia ( Gen 44:5. Num 24:1). Possui várias formas. Uma delas consiste uma taça ou copo com água, procurando produzir com tal objeto um transe passageiro. Nesse estado mental pode-se obter informações de parte de algum ser superior que entraria na mente e a influenciaria, ou da parte da porção subconsciente da mente do próprio indivíduo. Semelhante à bola de cristal. Nesse estado hipnótico, a mente fica sujeita a influências de poderes malignos. Daí seu perigo. A prática de hipnotismo, exceto sob estrita recomendação e acompanhamento médico é sempre perigoso. Muitas das atitudes observadas em grupos religiosos podem ser enquadradas dentro dessa categoria;
g) Sonhos ( Gen 35:40,41; Dan 2:4,7; Mat 1?20; 2:12,13,19; At 2:17). É a mais comum das práticas visualizadas na Bíblia, tanto no Velho como no Novo Testamentos. Estudos têm mostrado que os sonhos combinam com o passado, presente e futuro, essencialmente com o propósito de resolver problemas . A mente recolhe dados de experiências passadas, e presentes. Fazem juízo com tais experiências e mediante um sonho, fornece orientação à pessoa. Deus se utilizou e pode se utilizar desse recurso para se comunicar com os homens;
h) Sortes (Atos 1:26; 16:16). O ritual consistia em se colocar pedras ou tabuinhas com nomes escritos, em um vaso, o qual era sacudido até que uma delas caísse. Aquele cujo nome constasse nessa pedra ou pedrinha era considerado a pessoa escolhida por Deus., pois se pensava que de algum modo Deus era o causador daquela ação. É uma ação questionada por alguns intérpretes, pois caracteriza uma forma de adivinhação. Apesar das opiniões interpretativas que tentam 'limpar' o texto, não se pode esconder os fatos.
Ademais, eram práticas usuais em outras culturas da época, inclusive entre os gregos. Vejamos então texto de Prov 16:33: "A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a sua disposição". Está claro que está refletida a prática em apreço como também a crença de que Deus se utilizava desse meio para revelar sua vontade. Consistia em se colocar várias sortes dentro de um vaso. Ao se retirarem as primeiras, essas eram as favorecidas.
Sobre este ponto, o comentarista Jonh Gill afirma: "...Isso deveríamos atribuir não ao acaso cego o u à sorte, ou à influência das estrelas, ou a qualquer ser criado invisível, anjo ou demônio , e sim somente ao próprio Senhor . Pois não existe aquilo que se convencionou chamar de sorte e nem acontecimentos fortuitos. Tais ocorrências, ainda aquelas que parecem mais fortuitas, são todas dispostas,ordenadas e governadas pela vontade soberana de Deus.
A narrativa contida em Atos 1:26 e SS, sobre a escolha de Matias por 'sorte', sem importar qual o método aplicado, o resultado é que Matias foi considerado apóstolo por escolha divina, pois se aceitou como fato ter Deus dirigido o salto da 'sorte' para fora do vaso ou urna; ou que, no caso da mesma haver sido retirada com a m ao, foi Deus quem orientou a mão para que retirasse o nome escolhido.
Considerações pessoais sobre o assunto
a) É fato que os sonhos (na rotina bíblica inspirada), regularmente prevêem o futuro, mostrando assim que o homem comum recebeu de Deus a capacidade de prever o futuro. Não é cabida a idéia de alguns que há algo de errado ou diabólico nos sonhos . O que se recomenda cautela é no uso abusivo dessa faculdade quando utilizada para fins errados;
b) É inerente ao homem as capacidades psíquicas (prejudicadas em função da ação destruidora do pecado). A ciência tem mostrado que todas as pessoas são psíquicas, e mais, que nosso corpo, para bem funcionar, necessita dessas faculdades . A mente, para exercer o controle sobre a matéria há de interar-se ou interagir com corpo e espírito. A força psíquica, segundo os estudiosos, é usada como instrumento pelo espírito a fim de controlar seu veículo físico, o corpo.. Ressalte-se que o uso abusivo das habilidades psíquicas (para proveito próprio ou para influenciar outras pessoas para o mal,ou para prover meios para algum espírito estranho, ou forçar sobre nós influências diversas), então tais capacidades tornam-se um instrumento maligno;
c) A Bíblica se opõe à adivinhação ( Deu 18:10-12), quando esta é abusiva. Está registrado nas Escrituras que os hebreus usavam formas de adivinhação, como também o fizeram os apóstolos em Atos 1:26. É o que atesta a resolução apostólica de usar o lançamento de sorte para eleição de Matias. Já o uso da adivinhação entre os pagãos ocorre de forma descompromissada e movida por interesses egoístas ou pessoais. Isto faz com os poderes demoníacos, que agem sobre as mentes não regeneradas encontrem vasto e fértil terreno para suas manifestações;
d) Pelo que foi dito sobre os sonhos, eles, de uma forma normal, agem na solução de problemas. É comprovado por estudos que tudo quanto fazemos, sob qualquer nível de importância, é previsto pelos sonhos pessoais. A técnica consiste em lembrar dos sonhos, pois, só podemos lembrar apenas quatro dos vinte sonhos que temos a cada noite. Semanalmente só lembraremos apenas de quatro o cinco deles. Os sonhos fazem parte de uma herança dada por Deus, para nossa orientação. Os sonhos de caráter moral castigam-nos e nos fornecem orientações espirituais. Os sonhos espirituais revelam mistérios. Os sonhos psicossomáticos advertem-nos de coisas que adoecem o corpo. Os estudos sobre sonhos mostram que há um intercâmbio telepático regular entre as pessoas que se tornam íntimas, e muitos sonhos são compartilhados de forma literal ou simbólica. Este mecanismo é algo até natural. Como toda atividade psíquica, o seu uso há de estar subordinado à ação orientadora do Espíro Santo (ver ponto abaixo);
e) O crente espiritual, conduzido pelo Espírito Santo, recebe orientação de alguma fonte mais elevada do que aquela que serva à adivinhação comum. É esta que os crentes deveriam desenvolver . Os demais fenômenos, mesmo quando não forem malignos em si mesmos, serão apenas uma curiosidade. Se concluirmos que esses fenômenos são perversos, devem ser decisivamente evitados por nós para que os espíritos malignos não tenham oportunidade de nos atacar;
Conclusão
Não podemos afirmar que toda e qualquer adivinhação (previsão de fatos), exceto aquela praticada por Israel e pela igreja primitiva, é domoníaca ou má em si mesma de forma automática. Dizer que a adivinhação não passa de um jogo é um absurdo. Também não podemos supor que não pode haver intervenção da malignidade de poderes sinistros nessa prática. A adivinhação compreende alguma coisa de : demoníaca, má por si mesma, indiferente (nem boa e nem má), dotada apenas de discernimento psíquico, ou simplesmente boa. Os espiritualmente maduros poderão ser seletivos no uso dessa faculdade psíquica, sem riscos ou margens que permitam a intromissão de forças malignas. É uma questão de equilíbrio e maturidade.
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