segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estudos no Apocalipse - Estudo 13 - Visões Introdutórias aos Selos

Estudo no livro de Apocalipse -  Adélio Silva
 
Estudo 13 - Apocalipse cap 5 – Visões Introdutórias aos Selos (Visão do Livro e do Cordeiro)

 
Introdução

            As revelações sobre o futuro somente serão iniciadas a partir do capítulo seis, com a abertura dos 'selos'   e este quinto capítulo serve de preparação para o que se seguirá. No capítulo quarto, toda a  atenção se voltou para a grandeza de Jeová, cujo trono se encontra nos céus e de onde se originarão as sentenças condenatórias e todos os atos de juízo contra os ímpios que aterrorizavam a igreja de Deus. O ato de 'abrir' os selos simboliza a detenção de poderes e habilidades para realizar tal feito. A extensão do poder existente no Pai é encontrada também no Filho e por seu intermédio se cumprirá.

 

5:1 -  Vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro  escrito por dentro e por fora, bem selado com sete selos.

 

"...Vi..." as visões de João continuam e ele observa outros pormenores do que ocorre em volta do trono de Deus.

"...mão direita,,"' Simboliza o poder de Jeová em maior grau.

"...daquele que estava sentado no trono..."  Esta passagem combina com Apoc 4:2, que mostra Deus em seu trono. É na verdade uma representação da forma como os reis humanos se apresentam em atitudes de comando.  É lógico que tudo é um simbolismo. O trono indica senhorio, poder e governo, bem como uma posição exaltada.

"...livro escrito..." Tal livro ou 'rolo' é o Livro da revelação de Jesus, que contém as informações que serão passadas a seguir. Ele mostrará os fatos relativos ao destino humano e coisas que envolverão a Grande Tribulação. No livro consta a condenação dos rebeldes e as mudanças  gerais que se seguirão.

"...escrito por dentro e por fora..."  Será uma completa. Os papiros ou pergaminhos eram escritos geralmente de um só lado. Porém quando a comunicação era extensa eram utilizados os dois lados (verso) e anverso,Esses rolos eram chamados em grego de "opistographi".  A face de trás do rolo era chamada de "opisthen".

"...todo selado com sete selos..."  O selo era a marca da autenticação, nas culturas antiga e moderna. A marca da autoridade era impressa sobre o documento dava-lhe legalidade. Servia de sinal de autenticidade e autoridade e impedia a leitura de um documento ou livro. No texto indica algo oculto ou ainda não revelado.(Jer 32:11-14;Nee 9:38 e Dan 9:24).

 

Nota:  I - Nos tempos antigos vários tipos de selos eram usados:  As portas eram seladas com uma corda e os túmulos com grandes pedras. Em outras ocasiões a argila era usada para selar portas(Dan 6:7).; II – O selo cilíndrico era mais comum. Era um cilindro feito de barro cozido ou de pedra, com gravuras esculpidas ao derredor. Ele era rolado por cima de um objeto, deixando suas marcas em uma linha reta; III – Havia selos de cera para selar livros e outros documentos. Então, qualquer perturbação no selo notificava que o livro fora aberto. Esse é o tipo de selo referido nesta passagem; IV – Os selos feitos de rocha ou outro material, esculpidos na forma de um  escaravelho(besouro), apresentava figuras gravadas no mesmo e com o qual se fazia a impressão; V – Algumas vezes os selos em forma de besouros era engastados em anéis. Mas podiam se usar também figuras humanas, divindades ou animais, letras ou palavras.

 

 

5:2  - Vi também um anjo forte, clamando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de romper os seus selos?

 

"...anjo forte..."  Um indicativo de fonte de poder que fosse única e absoluta. Sua incumbência era procurar, em todo o universo e principalmente na terra, alguém que fosse realmente digno de  interpretar a mente de Deus, revelando sua vontade. A lição é que, entre os poderosos do sistema terreno. Até mesmo os que são usados nessa tarefa devem ser seres especialmente poderosos.

"...forte..."  Uma característica a ser observada dentre as categorias dos ministros espirituais de Deus, cfe. lemos em Col 1:16, Efe 1:21.

"...proclamava em grande voz..." Uma voz que alcançasse os céus, a terra e as regiões dos espíritos (hades).

"..quem é digno de abrir o livro..." Essa dignidade envolve: moralidade, exaltação, mesma natureza de Deus, mediador. Tudo isso o habilitaria a abrir o livro. Essas qualidades só são encontradas no Filho de Deus, Jesus Cristo.

"...desatar os selos..."  Revelar as mensagens de juízo até então guardadas no livro e garantir seu cumprimento.

 

5:3 E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele.

"...céu..."  A teologia judaica cria que as 'regiões' ou 'esferas' celestes  eram povoadas por seres espirituais. Nesse versículo é chamada de céu. O céu é lugar ou 'estado' de frequência dessas criaturas inteligentes de Deus. A observação de Joâo mostra que até mesmo ali, não foi encontrado alguém digno.

"...sobre a terra..." A terra, local de habitação humana, está repleta de pessoas com características intelectuais variadas, embora limitadas pela barreira física. Na terra, se encontram pessoas que se julgam representantes de Deus. Mas o anjo não encontrou ninguém com essa capacidade.

"...debaixo da terra..."  O território de busca agora é o 'hades'. Era crença comum que os espíritos( bons e maus) que partiam ficavam nas regiões interiores no centro da terra. Convém observar que não era um conceito bíblico, mas de influência grega. Idéias posteriores já mostravam que tais seres ficariam em regiões distintas, isto é, bons e maus separados e retidos em 'esferas' espirituais e não mais no centro da terra. O intrigante texto de I Pedro 3:18-20 e 4:6 nos mostra Cristo descendo ao Hades para desenvolver seu ministério evangelístico.

O que importa no momento é pensarmos sobre a amplitude da procura do anjo em busca de achar alguém apto.

"...nem mesmo olhar para ele..." As exigências eram tantas que ninguém possuía capacitações de ao menos olhar para o livro. A exceção foi  Jesus Cristo, o Filho de Deus.

 

5:4 E eu chorava muito, porque não fora achado ninguém digno de abrir o livro nem de olhar para ele.

Qual a razão do seu choro?  A situação momentânea de desespero o fez esquecer do Cordeiro Jesus Cristo. Pensou na condição dos perdidos. Quem iria socorrê-los?  Foi um choro em voz alta, envolto em profunda tristeza (Luc 6:21). Ele não pode sofrer em silêncio. Disse Carpenter: " Não foi uma falha na fé de João; foi a explosão de um coração intenso, para o qual o conhecimento de Deus e o destino de seus semelhantes humanos eram muito queridos. Aqueles que têm ansiado ver o fim da opressão, da fraude e da tristeza que campeia sobre a terra, e que têm desejado conhecer algo sobre as leis que governam a existência  presente, bem como o  seu resultado final, compreenderão essas lágrimas".

 

5:5 E disse-me um dentre os anciãos: não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e romper os seus sete selos.

"... um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá...: Esta vez é um dos 24 anciãos mencionados em 4:4 e 11 que fala com João. São palavras de consolo, de esperança. As promessas humanas são quase sempre incertas e falhas e não atendem às incertezas dos homens. A resposta para o homem não está nele mesmo e em suas realizações. Devem ser buscadas em Cristo.

".. Leão da tribo de Judá..". Neste sentido comenta Dennis Allan que ' O leão é um animal forte e dominador, que representa o poder real (Provérbios 30:30). É citado muitas vezes na Bíblia para representar o poder destrutivo que despedaça o inimigo (Salmo 7:2; 22:13; Jeremias 4:7; etc.). Representa a coragem daquele que não desiste quando ameaçado (Provérbios 28:1). Não há dúvida de que Jesus, descendente legítimo de Davi, seja o Leão de Judá'.

"...A Raiz de Davi...": O que se refere a poder e realeza envolvem a linhagem real de Davi. O texto de Isaías 11 confirma como esta linhagem ou raiz seria reativada. Essa profecia se cumpre em e  é confirmada Apocalipse. Paulo aplica a mesma profecia de Isaías a Jesus (Romanos 15:8-13). No Apocalipse, Jesus mesmo afirma ser esta Raiz (22:16).

"...Venceu para abrir o livro e os seus sete selos...": O Leão e Raiz, simbolizados em, com sua força e firmeza, o tornam único e diferente  de todos os seres, no céu e na terra. Ele é o vitorioso. Adquiriu dignidade por ter vencido. Seria impossível exagerar o valor do sacrifício de Jesus ou o tamanho da vitória na sua vida, morte e ressurreição (João 16:33; 1 Coríntios 15:57). O fato de Jesus ter sido o único que, na carne, já venceu o inimigo por sua própria justiça o deixa exclusivamente qualificado – digno – de abrir o livro.

5:6 Nisto vi, entre o trono e os quatro seres viventes, no meio dos anciãos, um Cordeiro em pé, como havido sido morto, e  tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus, enviados por toda a terra.

"...no meio do trono e dos quatro seres viventes..."  A representação do trono encontra-se esclarecida em Apoc 4:1. Sentado no trono achava-se  Deus o Pai. Logo imediatamente ao redor do trono estão os quatro seres viventes de aparência mista e logo depois estão os anciãos. Entre todos eles está o Cordeiro, de pé. O Cordeiro é quem está mais perto do trono, pois se aproximará dele pára receber o livro lacrado e abri-lo.

"...os seres viventes..."  Já explicado em 4:4. Representa a quádrupla providência divina ou suas formas fundamentais da orientação e do governo. Em resumo, sumaria uma total e perfeita inteligência que reside em Deus e em tudo que lhe diz respeito.. 

 "...anciãos..."  Já explicado em  4:4.

"...Cordeiro..." No Apocalipse Jesus é chamado de Cordeiro por 30 vezes. Cristo como Cordeiro expressa a preciosidade do sacrifício  por nós, bem como sua inocência e paciência.O Leão do versículo anterior agora se modifica em Cordeiro. Como Leão Jesus é o rei corajoso, que defende seu povo e assume todo o poder. Como cordeiro ele faz expiação e assume seu ofício de Sumo Sacerdote (João 1:29; Heb 2:17; 4:14; 5:10 e 9:24).

"...como tinha sido morto..." Sua morte nos deu a vida (Heb 1:9; Rom 5:11).

"...tinha sete chifres..."  No Velho Testamento o chifre simboliza o poder. Era diferente por ter sete chifres. Cristo é não somente humilde e manso mas poderoso em tudo. São sete para indicar o grande poder de Cristo, que é perfeito r completo.

"...sete olhos que são os sete espíritos de Deus..."  Comentário sobre este ponto foi efetuado em 1:4, 3:1 e 4:5 Damos aqui um resumo.  Comentários há que não associam tal criatura ao Espírito Santo, pois  características como apresentadas aqui o reduziriam em termos de poder. É aceita a idéia de que o alvo aqui é aos anjos em sua mais elevada ordem  (número 7), que servem como instrumentos  nas mãos de Cristo. O fato de serem olhos de Cristo, possuem a qualidade de terem discernimento (visão perfeita) e sabedoria. Representam também a onisciência do Filho de Deus (Zac 4:10).

 

5:7 – E veio e tomou o livro da destra do que estava assentado sobre o trono.

"...Veio..." O cordeiro  vai iniciar sua ação, que só a ele era permitida. Na sua autoridade, aproxima-se do Altíssimo. Observe que está presente aqui, e fazia parte da cultura religiosa judaica, o temor de chamar Deus pelo seu nome, sendo ele chamado de 'assentado sobre o trono'. Não era permitido a qualquer judeu chamar Jeová pelo seu nome. Nos escritos bíblicos é chamado usualmente de Elohim ,Yahweh, Adonai ou pelo nome simbólico de Jeová, nas traduções em português.

"...tomou..."  O rolo de sete selos. O conteúdo será mostrado e será a mensagem do juízo, que se estenderá até o capítulo 19 . Também mostrará a forma como Deus administrará sua relação com o homem no final dos tempos, cumprindo seus objetivos.

"...mão direita..."  A mão mais forte, simbologia de poder e autoridade.

"...daquele que estava assentado no trono..." Comentários sobre isto estão em 4:1,3,9. É opinião válida  que a figura presente é a sala do trono do monarca. Assentado em seu trono, o rei consulta seus ministros, determina ordens do seu governo. Assim, novamente estão em vista  a autoridade e o poder de Jeová.

 

5:8 – Logo que tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante  do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.

 

"...quatro seres viventes..." Comentado em 4:6,7.

"..vinte e quatro anciãos..." Comentado em 4:4

"...Prostraram-se diante do  Cordeiro..." O  Cordeiro usufrui da mesma adoração devida ao Pai (4:10), sendo prova evidente de sua divindade (Heb 1:3).

"...tendo cada um deles uma harpa..."  A palavra grega para harpa é 'kithara' ou cítara em português, sendo uma espécie de violão ou guitarra. Era um instrumento, originalmente, em forma triangular, com sete cordas, sendo esse número aumentado para onze. Haviam modelos com dez cordas. Tal instrumento era tocado utilizando de uma peça chamada de 'plectrum', conforme informa o historiador Josefo. Mais adiante, em 14:2, veremos que o canto entoado pelos 144 mil será acompanhado por essas guitarras e de semelhante maneira o cântico de Moisés que será entoado pelos vitoriosos sobre o anticristo (15:2). . O louvor que mais agrada a Deus é o prestado pelas vidas santificadas, que soa como música harmoniosa, grácil e agradável (Salm 33:2).

 

"... taças de ouro cheias de incenso..."  Comenta Russel N. C. que a taça  (no grego phiale) era um vaso largo e chato, bem diferente de uma garrafa. Era usada para ferver líquidos  e também servia como urna, para derramamento de libações ou para nela servir líquidos. Um termo em português indicaria um objeto mais parecido com uma tigela. A imagem que João tinha em mente, muito provavelmente sugere as taças usadas no serviço do templo de Jerusalém. Assim, relaciona-se simbolicamente com o meio pelo qual nossas orações chegam a Deus e ao Cordeiro.

"...incenso..."  É o símbolo da oração (Lev 16:12,13; Salm 141:2; Luc 1:9. Tal prática estava bem clara nos rituais do templo terreno. . A hora do incenso era o momento mais solene. A multidão, silenciosa,  presenciava, pela ação do sacerdote, a fumaça odorífera ascender sobre o altar de ouro em direção aos céus.

"...dos santos..."  A maior marca dos crentes é a santidade, sendo aqui chamados por tal título.Sem a santificação ninguém verá a Deus ( Heb 12:14; II Tes 2:13).

 

Nota: Quem são os  santos?  Primeira opinião: podem ser todos os remidos , todos os crentes de todos os séculos, pois todos participam da redenção, sendo este o motivo do seu canto. Segunda Opinião: Seriam os crentes martirizados pelo anticristo na figura do império romano, sendo que no texto presente, eles já se encontravam nos céus e imploravam para que Jeová exercesse o juízo sobre seus adversários.. A resposta de Jeová será no julgamento dos sete selos, quando abertos forem, a partir do capítulo seis.

 

 5:9 – E cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto,e com o teu sangue compraste para deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação;

"...novo cântico..."  O cântico é uma forma de glorificação (no caso, a Deus Jeová). Os salmos estão recheados de cânticos que elevam a pessoa divina pelas suas variadas qualificações (33:3; 40:3; 96;1). Encontramos em Isaías 42:10 algo semelhante que eleva Jeová como o Deus Zeloso que destruirá seus adversários idólatras. É provável que João, o vidente, tenha encontrado nessas situações a inspiração para relatar o que ouvia, com um adicional de que o objeto do louvor era o Filho Jesus Cristo. O livro de Apocalipse traz mensagens de renovação em vários eventos. Assim, o cântico haveria também de ter uma nova forma, um novo vigor (Apoc 5:9; 14:3).

"digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos..."  No início deste capítulo que a busca feita pelo anjo resultou na localização do único digno de abrir os selos do livro de sete selos: O Cordeiro, Cristo, o Leão de Judá. Suas qualidades: Valor inigualável, ofício divino, identidade com o Pai, sua vitória terrena sobre a morte. Além disso ele remiu (comprou, resgatou) pessoas com seu próprio sangue. Por isso ele recebe o cântico.

"...foste morto e com o teu sangue compraste..."  Romanos 5:11 chama este processo de 'expiação'. Esta palavra significa 'comprar de volta', 'redimir' ( Mat 20:28; I Ped 1:18; Heb 9:12; Rm 3:25; Col 1:14,20; Ef 1:17).

"...para Deus..."  Deus é o Alvo final da história (Ômega) e para ele convergirão todas as coisas (Col 1:16)

"...de toda  tribo, língua, povo e nação..."  Aí está o efeito da expiação do sangue de Cristo. Cristo verteu seu sangue de uma forma tão poderosa que exerceu influência universal. Neste versículo, está em vista a Igreja Universal, a igreja de todos os tempos, de todas as épocas.

Este versículo guarda em si um sentido especial. São mencionadas quatro categorias atingidas pelos benefícios remidores. Assim, tribo e povo se referem à nação de Israel, enquanto língua e nação são aplicados aos gentios. A expressão geral resulta em pessoas que compõem a igreja eleita, recolhida dentre judeus e gentios.

 

5:10 – e para o nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.

 

Nota geral: É cabível a interpretação de que essa promessa se aplica ao milênio que Cristo exercerá sobre a terra. Mas pode ser entendido como sendo os lugares celestiais, quanto a humanidade entrará no estado eterno, onde os fiéis discípulos de Cristo herdarão posições privilegiadas de comando, conforme encontramos em Apoc 1:6; 2:26,27 e 3:21. Em complementação a isso, em Romanos 5:17, já é antecipada uma participação na estrutura divina de governo.

"...nosso Deus constituíste..."  Esta é uma promessa de e para o governo de Cristo, especialmente dirigida aos mártires, embora não exclusivamente.

 

5:11-  E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono e dos seres viventes e dos anciãos; e o número deles era miríades de miríades e milhares de milhares,

 

"...uma voz... anjos..." De todos os seres que estão na presença de Deus como grandioso coro.

"...trono..." Ver Apoc 4:2

"...seres viventes..."  Ver Apoc 4:6,7.

"...anciãos..." Ver Aoic 4:4

"...milhões de milhões..."  É indicativo de número ilimitado, cfe,. Luc 12:1; At 21;20; Heb 12:22. A tradução mais correta seria 'incontáveis milhares', já que literalmente o grego diz 'dez milhares de dez milhares'.

"...milhares de milhares..." Mesma interpretação. A imensa multidão de adoradores cantava o cântico da redenção, acompanhada pelos vinte e quatro anciãos. Foi uma experiência indescritível para o vidente.

 

5:12 -  que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.

 

"...proclamando com grande voz..."  A concorrência harmoniosa de hinos ao Cordeiro foi reforçada e agora João ouve e vê uma inumerável multidão composta pelos vinte e quatro anciãos, os seres viventes,  anjos e finalmente toda a criação  reverberando o louvor.

"...digno é o Cordeiro..." Por ser digno do louvor, as palavras elogiosas são pobres para transmitir essas verdades e para o completo quadro de beleza a harmonia participativa.

"...que foi morto..." Ele fez expiação pelos pecados de todos, pagando com sua morte.

"...receber..."  Todos os outros  lhe dão louvor.

"...poder..." É o senhorio Onipotente do Pai sendo estendido ao Filho.

"...riqueza..."  Cristo possui a tudo, em todo  o universo, e os salvos participarão dessa riqueza tanto material como espiritual ( Rm 8:17,30; Tiago 1:17; Atos 17:25; Efésios 1:18)

"...sabedoria..." Cristo é todo-sábio, e conhece os caminhos que o levaram a redimir a humanidade, chegando a assumir o governo universal. Essa sabedoria é retransmitida aos crentes pela mediação do Espírito Santo, mas tal entendimento está inacessível à mente ainda presa  ao corpo material. Ela é mística.

"...força..." Em Apocalipse 4:11, lemos que a força pertence a Deus Pai e agora ela é também estendida ao Filho. As duas palavras gregas utilizadas nessa indicação são 'ischus', no sentido de poder inerente e 'dunamis', significando poder externo. Assim, Cristo tanto possui poder interior como o poder exterior, para governar sobre tudo e todos.

"...honra..."  Como o Pai é honrado, o Filho também.

"...glória..." Novamente a aplicação de Apoc 4:11, feita ao pai, cabe também ao Filho.

"...louvor..."  Louva-se com elogios. Se o Pai é elogiado em 4:9,11, aqui também o Filho recebe igual parte. A expressão no grego  lembra 'palavras excelentes ou palavras de exaltação. Cristo pode ser louvado com através das nossas palavras e atitudes. O versículo 12 expõe sete virtudes e isso não foi casual. Elas elevam a infinita estatura do Filho de Deus. Afinal, ele é o único digno de abrir o livro, encontrado em todo o universo. As expressões de louvor são inteiras, completas, não deixando dúvidas quanto à grandiosidade do Cordeiro de Deus.Cristo é o centro do Universo.

 

5:13 – Ouvi também a toda criatura que está no céu, e na terra e debaixo da terra e no mar, e todas as coisas que neles há, dizerem: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos;

 

O quadro se amplia e depois de ver a glória do Cordeiro, João viu os anciãos louvando, depois os milhões no céu. Agora ele percebe que toda a criação, do alto do céu até o fundo do mar,debaixo da terra (hades) está participando do louvor dirigido ao Pai e ao Cordeiro! As mesmas palavras de adoração aplicam-se igualmente aos dois, Pai e Filho.

 

5:14 – E os quatro  seres viventes diziam: Amém. E os anciãos prostraram-se e adoraram.

João viu então a imensa multidão em volta do trono, onde os quatro seres viventes, os mesmos que adoram sem descansar (4:8) falam Amém! Acompanhando-os, os anciãos  reiniciam os atos de louvor, em uma interminável atitude que a todo o universo envolve e domina.  Louvor a Deus e ao Cordeiro terminam sempre em ato de adoração e reverência. Estaremos tão distantes assim em nossa prática diária de louvor ao Altíssimo?   

 

Fontes de Pesquisas: Bíblia Sagrada. Novo Testamento Interpretado ( Champlin, Russel N.) Um estudo do Apocalipse (Dennis Allan);  Manual Bíblico -  Halley; Ajuda ao Entendimento da Bíblia (STV) ; O Apocalipse -  Desvendando os mistérios da revelação (Delcyr de Souza Lima); Conheça a Verdade – Bruce Milne  



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