segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estudos no Apocalipse - Estudo 15 - A visão dos Sete Selos (6:1-17)

Estudos no livro de Apocalipse -  Adélio Silva
 
Estudo 15 - A visão dos sete Selos (Apoc 6:1 a 8:6)

Primeiro Selo: O Cavalo Branco (6:1-2)

Introdução -  O livro selado, vimos, era inviolável, como característica própria da segurança a ele aplicada, sendo que tais selos só poderiam ser abertos por quem estivesse devidamente habilitado. O Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, foi o único, em todo o universo, encontrado com capacidade para tal tarefa. Ele é o Redentor da humanidade.

            A ira (justiça) de Deus começará a ser derramada (aplicada) sobre o sistema político/religioso  que martiriza multidões de crentes. A partir do capítulo seis e estendendo-se até o capítulo  dezenove, numa série de acontecimentos  dramáticos atingindo todo o planeta terra, e estendendo-se às vezes até pontos celestes do universo, gradativamente, Jeová vai derramando ou deixando derramar sobre a terra seu santo furor, até que, finalmente, o mal e a maldade originados pelas forças satânicas espirituais e os sistemas político/religioso são banidos da raça humana.

            Mas o exercício da justiça de Deus não acontece de forma crua. Há lampejos sempre de atitudes de misericórdia sobre aqueles que, atendendo aos apelos, se dobram diante da face do Altíssimo. Para o povo de Deus, esses acontecimentos assustadores devem ser vistos como um indício de que a libertação está se aproximando e por esse motivo não precisam temer nada. O que importa é que cada um se fortaleça cada vez mais para não ser surpreendido pelo 'dia do senhor'.

Comentário Sobre os Sete Selos – Os Selos representam, no ponto de vista de interpretação futurista,  a partida para  o desdobramento das outras catástrofes ou julgamentos de Deus sobre a terra. Chegando ao último selo ou julgamento seguir-se-ão os julgamentos das trombetas em juízos sucessivos. Segue-se os julgamentos dos ais e em seguida os das taças.  O desenrolar desses julgamentos vai desde o capítulo seis até o capítulo dezenove. Porém há outras interpretações que afirmam serem tanto os juízos dos selos, como das trombetas e das taças, julgamentos repetidos ou que se complementam, podendo inclusive ocorrerem simultaneamente. De certeza, pode-se dizer que os acontecimentos ou juízos mencionados a partir do capítulo seis ocorrerão imediatamente antes da volta de Cristo, sendo que identificariam o período da Tribulação.

 

6:1 – E vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi um dos quatro seres viventes dizer numa voz de trovão: Vem!

"...Vi o Cordeiro...abriu..."  Em visão de êxtase da alma, como em 4:1,2 e 5:1, viu  o Cristo de Deus, como explicado em 5:6. Foi um único em todo o universo com capacidade para abrir o livro.

"... ouvi..." O sentido da visão de João foi acionado, dando mais realismo à experiência (5:11).

"...dizendo...vem..." O convite foi dirigido ao cavaleiro do cavalo branco, cuja identidade ainda é duvidosa.

 

6:2 – Olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vencendo, e para vencer.

"...cavalo branco..." É uma menção a Zac 1:7-17; 6:1-8, onde prefiguram  a restauração do povo judeu e seu propósito é de patrulhar a terra executanto seus juízos às nações pagãs.Essa referência foi usada por João para transmitir o sentido de sua visão. Há uma associação do cavalo com atividades guerreiras no texto de  Apocalipse. Como diz Champlin: " Neste ponto os cavalos representam guerra, violência, tragédia, julgamento divino, com e sem causas naturais, trazendo desastre para os homens.

Interpretações quanto ao cavalo branco. 1 – Invasor conquistador como os persas que constantemente ameaçavam o império romano; 2 – Vitória obtida por Cristo frente as perseguições, uma vez que ele sai conquistando e para conquistar; 3 – Simboliza as guerras que tem acompanhado as raças diversas; 4 – Curso vitorioso do Evangelho; 5 – Conflitos sangrentos na Palestina no reinado de Calígula; 6 – Anticristo, que aparecerá um pouco antes da segunda vinda de Cristo; 7 É mais provável que esteja em foco o próprio Cristo. O cavalo branco era usado por conquistadores e heróis romanos. Estaria João lembrando aos seus leitores  que não haverá triunfo verdadeiro fora de Cristo. Neste ponto Cristo ainda não terá voltado à terra . Os seres viventes lhe dizem Vem! A criação inteira clama pela sua chegada.

"...com um arco e coroa....saiu vencendo e para vencer." O arco é símbolo de guerra à distância  ( Heb 3:9; Isa 41:2; Zac 9:13. A coroa  representa seu direito exclusivo de reinar  como rei dos reis e Senhor dos senhores. Ele obtém  vitória absoluta, perfeita e final ( I Cor 15:25 e Apoc  19:16. A igreja não será o instrumento dessa vitória  mas pela direta intervenção de Cristo.

 

Segundo Selo – o cavalo vermelho (6:3-4)

6:3 – Quando ele abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizer: Vem!

 O convite é idêntico ao do primeiro cavaleiro. Ele tem uma tarefa a cumprir.

6:4 – E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada.

"...cavalo vermelho..."  Sendo a cor do sangue, pode estar indicando guerra, se juntado o significado da espada.

Possíveis idéias sobre o cavalo vermelho e seu cavaleiro: 1 – Cristo seria o cavaleiro; 2 – O exército romano estaria sendo focalizado(na figura do imperador Vespasiano; 3 –Para outros, seriam os conflitos internacionais e civis ocorridos antes da Era da Igreja ( Mat 24:7 ; Mc 13:8; Luc 21:10);  4 – Alguns intérpretes concluem que  este segundo selo descrevem as condições caóticas, um estado de anarquia que atingirão todas as nações, imediatamente antes da segunda vinda de Cristo, quando o Espírito Santo e sua influência serão retirados da terra ( II Tess cap 2). O ponto de vista 4 é o mais provável.

            O relato histórico é rico em exemplos da violência trazida pelo espírito guerreiro destruidor dos  próprios homens. No cerco de Jerusalém, em 70. D.C.,  580.000 judeus morreram. Na primeira Guerra Mundial foram 8.700.000. Na segunda guerra mundial foram 50.000.000. Na atual guerra do Iraque 655.000.

Guerras religiosas:Todas as grandes religiões tomaram parte em alguma guerra. Até o budismo, geralmente visto como pacifista, se envolveu em um sangrento conflito contra os hinduístas na ilha de Sri Lanka. E que dizer dos conflitos na Irlanda envolvendo católicos e protestantes?

O número de mortos em guerras em cinco países europeus – Inglaterra, França, Áustria, Hungria e Rússia – dá um bom exemplo de como os conflitos estão ficando mais letais. Entre 1100 e 1900, 10 milhões morreram em guerras nesses países. Só no século XX, foram 16 milhões de mortos.

 

Terceiro Selo  -  o cavalo negro (6:5-6)

6:5 – Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão.

"...Vem..." Foi um convite dirigido ao terceiro cavaleiro.

"...cavalo preto..." Idéias principais: 1 – Segundo a interpretação histórica seria a besta e sua imagem (Apc 5:6,8; Apc 14:9-11), estando representada as mortes espirituais que penalizaram a igreja quando deixou de ser perseguida, sob a ação de Constantino em 380 D.C. ; 2 – A referência ao alto preço dos alimentos para os pobres e a aparente abundância para os ricos (azeite e vinho) permitem associar o assunto à fome que assustará o mundo e que em geral se segue aos períodos de guerras; 3 – Esta interpretação (a mais provável) coloca que  conflitos violentos como guerras, que seguirão logo após a abertura do segundo selo  destruirão os estoques de alimentos  da humanidade e dificultarão enormemente as condições de cultivo dos mesmos, e a fome se espalhará por toda a terra. 4 – As interpretações históricas colocam que os horrores do terceiro selo já ocorreram no decorrer da história, nos tempos do império romano e do imperador Domiciano ( 92 D.C); 5 – Outros pensam que esse período é o referido em Atos 11:28. O preto é a cor da lamentação e da fome (Jer 4:28; 7:21; Mal 3:14)

"...com uma balança na mão..."  Uma representação do controle da ração diária básica, limitando até mesmo a aquisição de víveres que permitam o mínimo para a sobrevivência (Ezeq 4:16; Lev 26:26.)

6:6 – E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho

"...Voz no meio dos quatro seres viventes...": Ninguem pode afirmar exatamente de quem é a voz, mas sim o sentido da sua mensagem que é de interpretar para os leitores o significado do terceiro selo.

"...Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário...":  Comenta  Dennis Allan: "Grãos básicos usados na alimentação diária são vendidos aqui por preços altíssimos. O Dicionário Vine diz que esta medida seria "de capacidade para secos de cerca de um litro" e que seria suficiente para sustentar uma pessoa por um dia. Diz, também, que o preço aqui seria 8 vezes o normal (pág. 778). Um denário era o valor da diária de um trabalhador na parábola dos trabalhadores na vinha (Mateus 20:2). Aqui, então, um homem teria que trabalhar o dia todo para ter comida para uma pessoa, sem falar de sustentar uma família ou pagar outras despesas".

Nota: Os habitantes de Jerusalém, depois de sofrerem o cerco por muito tempo, antes da destruição da cidade em 70. DC. Praticaram a mais cruel forma de desumanidade, quando chegaram a comer seus próprios filhos .Tal parte poderá ocorrer durante a abertura do terceiro selo.

"...Não danifiques o azeite e o vinho...": Pelo fato que o trigo e a cevada seriam alimentos mais básicos e essenciais, a disponibilidade do azeite e do vinho pode mostrar que os ricos não sofreriam tanto como os pobres. Pode sugerir, também, que o sofrimento que o terceiro cavaleiro trouxe não seria resultado de uma fome geral.

Quarto Selo – o cavalo amarelo (6:7-8)

 

6:7 – Quando abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizer: Vem!

O Cordeiro é quem abriu esse selo e a pronunciação é semelhante à do terceiro selo ( Apc 6:5). O ser vivente  águia é quem fez a convocação.  O boi convocou o selo que trouxe consigo a guerra. O homem convocou a fome, no terceiro selo.

6:8 - E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra.

"...um cavalo amarelo..."  É a cor dos cadáveres, visto este cavalo representa a morte (hades)

Possíveis interpretações: 1 – Morte espiritual da igreja em algum período da história antiga; 2 -  A destruição de Jerusalém; 3 – Os sofrimentos dos cristãos sob a Roma paganizada; 4A possibilidade  mais aceita é esta e nos faz refletir que este selo aponta para ocorrências ainda no futuro. Observa-se que o versículo inclui guerra, caos e fome (segundo e terceiro selos). Neste caso, há ocorrência de pragas (que eram chamadas de morte pelos povos antigos). Tais pragas vinham logo após as matanças ocorridas nas guerras. Este selo fala sobre as batalhas ou guerras que haverão durante o período da Grande Tribulação, que trarão em seu rastro as pragas. As pragas atingirão os estoque de alimentos bem como a capacidade de produção de alimentos da terra destruída. Uma quarta parte da população será destruída.

"...morte..." É a morte trazida na esteira das pragas, das guerras e das fomes.

"...Hades..."  Para os primitivos o 'Hades' era o Deus  do mundo inferior (Ver Apoc 5:13). Neste versículo a morte é também chamada de hades, pois são inseparáveis.

"...matar à espada pela fome..." É uma ampliação dos poderes  que trarão destruição ao mundo no período da Grande Tribulação. Como em Ezequiel 14:21, a espada, a fome, as feras e a pestilência (morte) serão os portadores dessas catástrofes.

 

O Quinto Selo: o lamento dos mártires (6:9-11)

Este trecho se comporta como um parêntese. Cumprindo as promessas feitas aos mártires em Apoc 22:11, de que eles não experimentariam o "hades", mas iriam diretamente para os céus. Isso torna essa recompensa celestial, nessa parte das escrituras reduzida à categoria especial dos que foram mortos  por terem testemunhado. Porém, com base em Fil 1:23, pode-se expandir essa população celestial para um número bem maior de salvos. O objetivo principal da visão nessa parte é alimentar a esperança da igreja perseguida, de que, mesmo que morressem, eles estariam guardados com o Senhor nos céus. No período da Grande Tribulação o anticristo promoverá  grande perseguição à Igreja  ( II Tess 2:3). Numa interpretação futurista, as palavras proféticas de João servirão de consolo aos que serão também perseguidos e mortos. Assim, a visão dos mártires se estende a partir da era apostólica, indo até um ponto futuro da igreja, quando as ações de perseguição também matarão muitos crentes, transformando-os em mártires.

 

6:9 – Quando  abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram.

"...ele abriu...selo...vi..." Já explicado em 6:1. 5:1; 1:10

"...altar..." Na visão de João, nos céus existia uma réplica do templo judaico terreno. Contudo, a força da linguagem, visou transmitir uma imagem familiar que pudesse transportar os leitores para uma realidade mais próxima. Essa idéia do altar celestial está expressa  em textos como Êx 26:9,40; Num 8:4; Heb 8:5; Is 6:1 e  s s . Porém existe um forte simbolismo: o altar é um lugar onde podemos nos aproximar de Deus pelo sacrifício da oração; onde Deus vem ao nosso encontro e vê nossas necessidades. Lembra comunicação entre o Criador e a criatura . É  figura de serviço  e lealdade. A nossa própria vida  é o nosso altar. É em nosso corpo que o Espírito Santo habita..

"...debaixo do altar as almas..." São os matirizados informados  nos selos segundo a quarto. Suas orações clamam pelos juízos ou julgamentos de Deus contra os perseguidores da Igreja. À semelhança do sangue dos animais que escorria para o pé do altar no templo, espiritualmente, o sangue dos mártires derramado está ao pé do altar nos céus ( II Tim 4:6; Fil 2:17).

 

Privilégio dos mártires. 1 -  Ao morrerem, têm acesso imediato ao trono, sendo, por assim dizer, 'sacrificados', podendo prestar um serviço especial a Deus, o que não corre com os outros santos; 2 – Não precisarão 'escalar' a trajetória do crescimento espiritual, pois são espiritualmente mais elevados que os outros; 3 – Em contraste com a grande multidão dos santos, não transitam pela espera no estágio do 'hades'. 4 – Recebem de imediato a vestimenta do novo corpo, antes da ressurreição 9as vestes brancas).

"...por causa da palavra de Deus..." Foram mortos por pregarem a mensagem cristã do evangelho de Cristo.

"...por causa do testemunho que sustentavam..." A oposição ao culto ao imperador que exigia ser adorado. De igual forma, o anticristo exigirá adoração (no período da Grande Tribulação, seja quando for que ocorra) -  Apoc 2:10 e 2:13

 

6:10 – Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?

"...Clamaram em grande voz...": Seu pedido de socorro se propaga com força, chegando ao trono do Altíssimo..

"...Até quando...":É uma indagação dos que esperam pela justiça divina, na esperança de que um dia o sofrimento terminará. (Salmos 13:1-2; 90:13; 94:3; Salmo 35:17; Salmo 74:10; Habac 1:2).

"...Ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro...": A relação de poder é evidente e o nível da conversa é superior. Clamam a  Deus, o Soberano Senhor. Aquele que está no trono, digno da adoração de todos, decide até quando vai continuar o sofrimento dos fiéis.

"...Não julgas, nem vingas os nosso sangue...": Eles pedem a justiça e a vingança, um reflexo da justiça e a santidade de Deus. É o caráter de Deus que exige o castigo daqueles malfeitores que mataram os fiéis. É o poder de Deus que traria alívio aos outros fiéis que ainda sofriam perseguições na terra.(Deuteronômio 32:43).

"...Dos que habitam sobre a terra...": Numa interpretação histórica, seriam os i mperadores romanos e numa visão futurista, está em vista a ação maligna do anticristo e sua equipe de apoiadores (sistema político e religioso)

6:11 – Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.

"...vestimenta branca..." Significa: Retidão, corpo espiritual antes da ressurreição (Apoc 3:5)

"...lhe disseram que repousassem..." Os que aguardam justiça divina são incentivados a se desligarem  das memórias da terra , deixando a justiça a cargo do Senhor Deus. Os céus curarão as feridas, erros e injustiças  sofridas na terra. Descansar é a ordem (Apoc 14:13)

"...ainda por pouco tempo..."  Deus governa todas as coisas . A vingança lhe pertence. Ele ordena que aguarde até  que complete o número exato dos mártires.

O Sexto Selo (6:12-17)

O sexto selo  transmite os juízos de Deus mediados pelos fenômenos cósmicos. Tais danos são causados pela ação direta dos próprios homens . A esperança revelada mostra que Deus fará intervenção direta na história humana, sem o que seria impossível a restauração da criação.

6:12-14 – Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue, as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos verdes,  e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar.

"...Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo...": A mensagem dos quatro anunciara castigos e sofrimentos, mas não haverá destruição total. O quinto relatou o pedido dos mártires que queriam a justiça. À medida em que o Cordeiro vai abrindo os selos, um por um, as calamidades vão surgindo e isso está presente também no sexto selo.

"...Sobreveio grande terremoto...": O que mais poderíamos esperar? Os servos pediram justiça, e Deus responde no terremoto!  Terremotos servem, às vezes, como instrumentos da ira divina. Isaías profetizou sobre o castigo de Jerusalém:(Isaías 29:6). Representam, também, a força de        Deus em responder aos pedidos de seus servos oprimidos: (Salmo 68:7-8; Salmo 18:6-16). Este selo prediz um ou mais terremotos literais? Pode ser, como instrumento da ira de Deus, pois ele tem usado, freqüentemente, calamidades da natureza para castigar os ímpios. Mas não precisamos procurar algum terremoto na terra para entender que Deus falou aqui, e que ele prometeu castigo aos opressores.

O texto contém prenúncios de destruições e perturbações de natureza física bem como outras fora do globo terrestre, como veremos um pouco mais adiante. Antes da segunda vinda de Cristo a terra passará por  vastas transformações nas linhas costeiras (como já estamos vendo), devido a terremotos e maremotos. Tudo será agravado pela agressão humana ao provocar explosões nucleares, abalos sísmicos  e desequilíbrios atmosféricos.

"...O sol ..., a lua ..., as estrelas..., o céu...": Completa Dennis Allan: "Junto com o terremoto, a escuridão também é uma figura comum de castigo divino. O sol enegrece, a lua se torna em sangue, as estrelas caem, o ceu se recolhe! É a  forte linguagem simbólica empregada por Isaías para anunciar o castigo da Babilônia (13:10,13) e de Edom (34:4-5). É a linguagem usada por Joel, quando fala de eventos importantes que iam acontecer na época da igreja primitiva (Joel 2:31). É a linguagem de Jesus quando prediz a destruição de Jerusalém pelos romanos (Mateus 24:29). Quando o Cordeiro abre o selo e vem um terremoto e a escuridão, temos certeza que representa um castigo divino contra os seus inimigos. Da mesma forma que as profecias de Isaías, Joel e Jesus usaram linguagem figurada de terremotos e escuridão das luminárias celestes, o sexto selo fala do castigo daqueles que perseguiam os servos fiéis.

"...Todos os montes e ilhas foram movidos...": Nesta continuação da figura do terremoto, ele frisa mais uma vez a força de Deus. Somente um castigo divino teria força suficiente para mover todos os montes e todas as ilhas. Deus sacode o mundo dos perversos!"

6:15 – Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes

"...Reis, grandes, comandantes, ricos, poderosos, escravos, livres...": A ira do Cordeiro atinge todos os seus inimigos, de cima para baixo. Enquanto a ênfase está nos poderosos, até escravos participam deste castigo. Em circunstâncias normais, teriam seus lugares distintos – de luxo para os poderosos e de simplicidade para os escravos e pobres. Mas na calamidade, todos procuram refúgio nos mesmos lugares. Qualquer caverna ou abertura numa rocha serviria para tentar fugir do terrível terremoto da ira do Cordeiro. Ninguem escapa da ira do Cordeiro. Somente Deus é independente e todos os outros lhe devem devoção e submissão. A experiência tem mostrado que o homem só aprende se for punido. Cada um receberá a retribuição segundo o que houver plantado ( Gal 6:7,8; II Cor 5:10).

6:16 – e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro,

"...E disseram aos montes...": Caí sobre nós...": Na sua total angústia, a morte súbita de serem esmagados por um monte seria melhor do que continuar sofrendo a ira de Deus. Veja a linguagem semelhante em Isaías 2:10-11,19-22. Mas a morte só traz alívio à dor física. A dor espiritual é mais profunda e sentida.

"...Escondei-nos daquele que assenta no trono e da ira do Cordeiro...":  Refere-se  ao Deus Pai, Elohim. O sexto selo claramente representa um castigo divino, identificado aqui com o poder do Pai que se assenta no trono (4:2-3) e com a ira do Cordeiro que recebe e abre o livro (5:6-7). Há uma certa ironia em pensar na ira do Cordeiro, um animal manso e inofensivo. Para aqueles que se submetem ao Cordeiro, ele é o Salvador "que tira o pecado do mundo" (João 1:29). Mas para os inimigos que o perseguem e que matam os seus servos, ele mostra ira e poder irresistível. Ele é, ao mesmo tempo, o Cordeiro e o Leão.

6:17 – porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?

"...grande dia..."  Este grande dia o julgamento vindouro. ( Joel 2:11; Sofonias 1:14 e Judas 6. Será grande pelo que está envolvido. Será extraordinário. É erro entretanto pensar-se tratar de um único dia de vinte e quatro horas. Trata-se de um período  quando Deus julgará aos homens .

"...da ira deles..." isto é, do julgamento de Deus sobre os homens desobedientes..  

"...Quem é que pode suster-se?...": Pensando na distinção feita por Paulo em Romanos 2, as únicas pessoas que têm esperança de ficar em pé no dia da ira são os justos e fiéis que confiam no Senhor. Os injustos e cruéis não teriam chance de resistir ao poder de Deus naquele dia. Cristo falou: "Sem mim nada podeis fazer". Ninguem, sozinho,  pode subsistir diante do Altíssimo  ( I João 2:28 e 4:17)

Olhando para o que vem, esta pergunta se torna especialmente importante. Depois de ver os primeiros seis selos abertos, chegando ao sofrimento terrível do sexto, só pode se esperar que o sétimo seja pior ainda. 

 

Bibliografia:

A Bíblia Sagrada. O Novo Testamento Interpretado, de Russel Champlin. Lições no Apocalipse, de Dennis Allan. O Apocalipse, de Delcyr de Souza Lima.Outras fontes informais de autorias não identificadas 



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