ENCONTROS COM JESUS
Por Adélio Silva
Textos: Mac 15:21" E constrangeram um certo Simão, cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz".
Luc 23:39-43 "E um dos malfeitores, que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que estarás comigo, hoje, no Paraíso.
Introdução:
Os encontros fazem parte da vida de cada um.
Quando planejados, geralmente nos preparamos para eles, visto que representam algo de significativo.
No aspecto temporal, isto é, com relação a serem planejados ou não, podemos dizer que eles são previsíveis e imprevisíveis. Se previsíveis, há toda uma elaboração de agenda, pois se pretende ordenar a sequência de fatos a serem abordados pelas partes, com vistas ao alcance das metas pretendidas. Se imprevisíveis, não há definição prévia da agenda coloquial, o que empresta à ocasião um clima de indefinição, fluindo a conversação aleatoriamente, ao sabor de questões variadas.
Jesus encontrou-se com muitos personagens do seu tempo. Foram figuras que, sem importar sua menor ou maior projeção social, ficaram marcadas profundamente em função desses encontros. Que grande privilégio!!!!
Escolhemos três encontros: O centurião, o ladrão da cruz e Simão o Cirineu.
Podemos primeiramente traçar uma relação entre o oficial militar e o terrorista ( chamado de ladrão).
Perante a cruz de Cristo são sem valor as patentes militares do poder romano e a ideologia antiimperialista (resistentes ao domínio romano).
Eis que, por caminhos misteriosos, dois homens que militam em frentes opostas são atraídos pelo Senhor que dividiu a história em duas. Importa pensar que ambos foram igualados e alcançados pelo poder salvador do Galileu.
Entendemos que o termo ladrão não reflete a trajetória existencial de um dos personagens fixado ao lado do Senhor Jesus. Segundo o professor de história romana da Universidade de Chieti na Itália, Lugi Firpo, a palavra ladrão expressa unicamente um ponto de vista romano.
Para os judeus, o ladrão deveria ter sido visto por uma perspectiva inversa. Era ele, com toda a probabilidade, um guerrilheiro que lutava contra a autoridade invasiva romana. A palestina por volta do ano 6, havia passado por uma revolta popular liderada por um homem chamado Judas, o Galileu, sendo que mais duas outras insurreições ocorreram. Era tempo de profunda tensão política.
A luta de resistência era alimentada por dois tipos de grupos armados: os salteadores e os sicários. Os salteadores agiam nos campos e os Sicários nas feiras, usando um punhal chamado sica .
Barrabás era era um salteador, chamado no grego de ladrão.
Segundo o historiador Vitorio Messori, Barrabás era quase certamente não um bandido ou delinqüente comum, mas um agitador político, um guerrilheiro. Isto é válido para os dois crucificados ao lado de Jesus no Gólgota. Faziam parte do grupo de Barrabás. Assim testifica o evangelho de Marcos, cap 15:7 "...presos com outros agitadores que, num motim, haviam cometido homicídio."
Os Sicários e os salteadores eram zelotes, ou seja, rebelados contra a dominação romana. Modelados pelo sagrado queimor da lei mosaica. Barrabás seria então um apelido, um nome de guerra: Em aramaico seu nome significa Filho do Pai, até mesmo um apelativo messiânico. Assim era também o chamado ladrão da cruz.
Foi na cruz que o terrorista viu seus sonhos desmoronarem, ao entabular um diálogo com Jesus. Lucas nos conta o discurso em Luc 23:39-41 "E um dos malfeitores, que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que estarás comigo, hoje, no Paraíso".
Que estaria pensando aquele guerrilheiro?
O escritor Giuseppe Ricciotti em seu livro Vida de Jesus Cristo, reflete:
"Provavelmente ele conhecia a fama de Jesus de Nazaré e tinha ouvido falar da sua bondade, dos seus milagres e do reino de Deus pregado por ele; tinha certamente, apesar de seus delitos, um resíduo de consciência. Ele arrependeu-se, independentemente do que possa ter feito no passado.
Encontrou o que tinha buscado durante toda a sua vida. Ele devia ter interiormente este fio de simpatia pelo bem, que expressou com relação a Jesus sobre a cruz, mesmo tendo cometido crimes. Esta esperança, para o seu salvador ao lado, valia mais do que a condenação reclamada pelos justiceiros.
E num ato final diz: Jesus, lembra-te de mim quando chegar o teu reino".
Lá embaixo, ao pé da cruz, estava o segundo personagem, o centurião.
Sua história é oposta à do guerrilheiro. Mas ambos chegam ao mesmo resultado. O guerrilheiro, em sua luta contra o império, reconhece a grandeza do rei, que está sendo morto no lugar de Barrabás, o amigo do guerrilheiro. O centurião foi educado segundo os valores da ordem, da disciplina, da lealdade aos superiores. Nele, igualmente, Jesus, depois de ter expirado, algo despertou. Segundo o relato de Lucas "...depois de ver o que aconteceu, o centurião glorificava a Deus dizendo: verdadeiramente este homem era Filho de Deus". Seu destino mudou-se instantaneamente. Aprendeu a respeitar sempre os superiores, agora concluiu que Jesus era seu superior, de origem divina, e faz seus subordinados compreenderem igual verdade.
Diante de Cristo e da sua cruz caem as barreiras culturais, étnicas, ainda que as diferenças não sejam anuladas.
O zelote, guerrilheiro, que sonhava com a vitória sobre os romanos converte-se na hora da morte; o soldado, que representava a força romana fica tocado com o poder desse homem aparentemente derrotado.
Diante da cruz os esquemas não contam. O que importa é a história pessoal de cada um. Qual sua história?
Diante da cruz, dispara a centelha da fé e da esperança . Os corações dos homens, das mulheres, dos aflitos, com todas as suas diferenças e distancias, seus temperamentos, suas culturas, seus ambientes, comovem-se, choram, se derramam, se quebram.
Assim também se comoveu Simão, o cireneu. Esse entrou nos evangelhos por um desses acasos incompreensíveis. Enquanto voltava para casa, depois de uma manhã de trabalho, topa na rua com Jesus sendo levado ao Gólgota. É obrigado a se curvar à lei do mais forte: o centurião, aquele do qual já falamos. Foi forçado a carregar a cruz de Jesus.
A história não dá indícios que Simão conhecesse a Jesus ou fosse seu discípulo, pr isso não deve ter recebido a ordem de bom grado. Mas essa estranha experiência deixou rastros dentro dele. Se não fosse assim, por que Marcos o destaca como "um certo Simão de Cirene que vinha do campo" como sendo o pai de Alexandre e Rufo? Por que tal observação? A resposta está no capítulo 16 da carta de Paulo aos romanos, quando diz: "Saudações a Rufo - esse eleito do Senhor, e à sua mãe, que é também minha. É fácil imaginar que esses poucos minutos mudaram a vida de Simão, pois que mesmo seu filho se tornou mais tarde uma pessoa importante na história da Igreja, sendo a própria esposa de Simão chamada reverentemente por Paulo com o nome de mãe. Por certo o serviço involuntário prestado a Jesus produziu, de maneira que desconhecemos, ótimos resultados.
Amigo, Jesus que ter hoje um encontro com você.
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