O CRISTÃO PODE TER PROBLEMAS?
Por Adélio Silva
Texto básico: Lucas 18:9-14
"E disse, também, esta parábola, a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano.O fariseu, estando em pé, orava consigo, desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque, qualquer que a si mesmo se exalta, será humilhado, e, qualquer que a si mesmo se humilha, será exaltado".
Textos adicionais: Sal 34:9; 119:71; Mt 26:39; João 15:20.
1 – Existe uma forte corrente no meio evangélico (hoje com algumas derivações) que identifica o 'ser cristão' com o 'não poder ter problemas'. O fato de algum crente os ter é imediatamente visco como indicador de que a pessoa 'não está muito bem com Deus', 'não é muito espiritual', 'está na carne', 'não tem fé suficiente', 'está em pecado' e, mesmo, que ela 'está sendo punida ou castigada por qualquer dos motivos apresentados.
Note-se contudo que esta não é uma corrente oficial da Igreja, mas tem se infiltrado sorrateiramente no meio evangélico.
Abrangência: problemas emocionais, financeiros, profissionais, de saúde, de relacionamento familiar, etc.
Correntes:
►Pentecostais: Afirma que todos os problemas são um 'atestado' de falta de idoneidade espiritual da pessoa. Se o elemento procura um médico, estará assinando seu atestado de 'falência espiritual' e 'falta de confiança no poder de Deus'.
►Tradicionais: São intolerantes para com os problemas de ordem psicológica como: casamento, depressão, medos, impotência sexual, e outros.
1.1 – Desdobramentos
a) Os que enxergam os problemas reagem assim:
►Se alguém souber, o que vai pensar de mim? E de Deus?
►Dizem: "já orei tanto e Ele não me curou".
►Sentimentos de abandono e rejeição, ressentimentos com Deus por não ter recebido a cura milagrosa;
►Ir ao psicólogo é palavrão, ofensa à idoneidade moral e espiritual;
►A ajuda humana comprova a falha pessoal, falta de fé, ' é um 'atestado de que Deus o abandonou'.
b) Os que não conseguem ver que têm problemas
►Preferem não enxergar e negar seus problemas;
►Ameaça à fé;
►"Crente não tem problema", "não sente isso", "não sente aquilo", etc.
►Reprimem o que sentem e pensam e negam o que faz (aí há prejuízo ao senso crítico);
►Confundem negar a realidade com transformação;
►Confundem sacrifício com santificação;
►Afirmam que são santos e esquecem que Deus quer misericórdia e não sacrifícios;
►Esquecem de como Deus encara nossa realidade ( I João 1:7-9);
►Esquecem que Jesus veio para os doentes e não para os sãos ;
►Esquecem que q salvação é imediata, mas a transformação é um processo..
2 - O publicano
Qual a saída?
►A saída é entender como Deus lida com nossa realidade:
a) Ele vê nossa realidade exatamente como ela é: os pecados existem, todos estão vendo,inclusive Deus;
►O fato de negarmos os nossos pecados não vai fazer com que deixem de existir;
►Deus quer que o homem seja consciente e enxergue seus próprios erros (este é um pré-requisito para se chegar à santificação);
b)Deus nos acolhe como somos
►O nosso valor para Deus não pode ser alterado por nossos desacertos;
►Ele não concorda com nossos erros e até nos faz passar pelas conseqüências dos erros, mas não nos rejeita;
c) Deus nos transforma
► Ele quer que tenhamos consciência de nossa realidade para poder agir em nós ( Rm 12:1-2)
►Ele nos transforma s eu critério: naturalmente ou por milagre (Ex: Abraão, José, Moisés, Josué. Gideão, Jó...)
►
3 - O que fazer?
►Enxergar a realidade, não como coisas vergonhosas, culposas, mas como um processo de transformação e aperfeiçoamento;
►Saber que Deus só se dá a conhecer se dele dependermos;
►Muitas vezes, nas soluções dos milagrosas dos problemas, Deus usa o que temos à mão: Moisés, Sansão, juízes, Jesus.
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