segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estudos no Apocalipse - Estudo 18 - Julgamentos das 7 Trombetas ( 9:1-21)

Estudos no livro de Apocalipse -  Adélio Silva
 
Estudo 18 – Julgamentos das Sete Trombetas

Quinta Trombeta – O Primeiro Ai -  Os gafanhotos (9:1-12)

            O capítulo nove é uma continuidade do capítulo oito, até onde a quarta trombeta houvera  sido tocada.

9:1 – O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo.

"...anjo tocou a trombeta..."  Os anjos são também arautos que anunciam os juízos divinos.

"...Vi uma estrela caída do céu na terra...": É sabido, pelo estudo da literatura judaica escatológica, que  uma estrela representa ou simboliza um ser angelical (seja santo ou decaído) . Como ficou visto  em 8:8 e 8:10, tanto  a montanha  como a estrela são invasões demoníacas  sobre a terra. Isso dá a entender que o verso em estudo e alguns que serão vistos em seguida indicam que poderes angelicais do mal  serão soltos sobre a face da terra. Esses seres levarão os homens promoverão o ódio entre os seres humanos, que se levantarão uns contra os outros . Eles tornarão a vida cada vez mais difícil .. Quando Jesus demonstrou seu poder sobre os demônios, os servos do diabo, ele disse: "Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago" (Lucas 10:18).

"...E foi-lhe dada a chave do poço do abismo...": A chave representa autoridade, e aqui Satanás recebe autoridade sobre o poço do abismo. O diabo age dentro dos limites estabelecidos por Deus (Jó 1:12; 2:6). Aqui, ele tem autoridade sobre as criaturas da região infernal, a região dos demônios (Lucas 8:31).

"...poço do abismo..."  A palavra grega usada aqui, segundo os estudiosos, é 'phrear', significando uma fenda que desce até ao subsolo. Há interpretações extremamente literais que afirmam que a fenda aqui referida é real, supondo que o inferno se encontra no centro da terra, tendo acesso à superfície dessa maneira. . Essa interpretação é frágil, pois dá margem à aceitação de mitos pagãos. Uma interpretação mais equilibrada nos permite  concordar com os que afirmam tratar-se do mundo dos anjos caídos, nada tendo a ver com um  meio de acesso ao centro da terra.

9:2 – Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se o sol e o ar.

"...Subiu fumaça ... escureceu-se o sol e o ar...: Afirma o texto que sai uma fumaça espessa do poço, chegando a escurecer o firmamento . Do meio da fumaça saem gafanhotos. Estamos diante de mais um símbolo, indicando uma invasão que ofuscará a razão da humjanidade, levando-os a praticarem toda a maldade possível . Há uma referência aqui a Exodo 19:18 e 10:4-15. Esses poderes diabólicos serão liberados por Deus a fim de punirem aos homens rebeldes. Haverá soltura de demônios em toda a face do planeta, como no antigo Egito. Ver também Joel 2:10, onde se lê sobre o escurecimento do sol e da lua.

9:3 – Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra,

"...Saíram gafanhotos para a terra...":  Há um grande número de interpretações  e sugestões sobre o significado desses gafanhotos. É difícil entendermos como sendo insetos literais, uma praga  gigantesca  invadindo a terra, como a que houve no Egito em Ex  capítulo 10. Esse é um recurso muito utilizado pelo vidente João, ao explorar acontecimentos ocorridos no Velho Testamento. É mais a interpretação que sugere uma invasão demoníaca, de seres incrivelmente pervertidos, que agirão mediante permissão divina. Isto é apoiado pela descrição geral, que está longe de identificá-los com qualquer ser vivo existente na terra. Consideremos também que Satanás, ou outro qualquer anjo do mal de grande poder,  é indicado como sendo o seu líder (9:11). Serão em tão grande número e agirão de tal maneira perniciosa, que são comparados pelo autor a uma grande nuvem de gafanhotos. Isso indica que os homens começarão, como nunca, a agirem de forma louca e desordenada, com reduzido poder moral e espiritual. (ver Judas 6). Isso tudo compreende uma das ações anticristo.

"...poder como o que  têm os escorpiões da terra..." O escorpião ataca com seu ferrão situado na ponta da cauda (Ez 2:6; Luc 10:19 e 11:12). Faz isso com incrível rapidez. Vive em  lugares úmidos , debaixo de pedras ou fendas das rochas. Aparece repentinamente. Embora nem sempre sua ferroada seja fatal , é extremamente dolorosa. Contudo algumas dessas espécies podem matar um adulto. É um inseto comum na Palestina. Movimentam-se à noite, geralmente, para surpreender suas vítimas . Há referências no A.T. de escorpiões que simbolizam o juízo divino  ( I Rs 12:11). No texto em estudo, Deus permite que os homens impenitentes sejam feridos pelos escorpiões de Satanás.

9:4 – e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte.

"...Foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma...": Esta praga de gafanhotos, com seus ferrões venenosos, atingiria homens, não plantas! Os gafanhotos são instruídos a não prejudicar nenhum tipo de planta. 

"...Tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus...": As vítimas deles são homens, mas somente os homens que não pertencem a Deus (7:3-8). Os homens atingidos por esta praga são aqueles que vivem nas trevas, que seguem o Diabo e suas mentiras, que perseguem os fiéis. Os servos de Deus são protegidos. O fato que esta praga afeta os homens na terra (9:3) serve como mais uma prova de que os 144.000 são servos de Deus na terra, não no céu. Vale lembrar que a selagem dos salvos em Apoc 7:2 não os protegerá do mal físico, mas sim do mal espiritual. Pilatos entregou Jesus à tortura e morte, mas conscientemente sabia que Jesus estava fora de suas investidas no sentido de enfraquecê-lo. Igual tanto ocorrerá com os selados de Deus. Poderão ser atingidos  físicamente, mas espiritualmente serão inabaláveis.

9:5 – Foi-lhes também dado, não que os matassem, e sim que os atormentassem durante cinco meses. E o seu tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém.

"...Não que os matassem, e sim que os atormentassem durante cinco meses...": O efeito deste castigo não é a morte, e sim o tormento. Dura cinco meses, mostrando que o período do castigo seria determinado e limitado por Deus. Esta praga não é fatal nem final. Não causa a morte, mas traz grande sofrimento aos ímpios.O gafanhoto  nasce na primavera e morre no final do verão (mais ou menos 5 meses). Toda a sua atividade destrutiva ocorre nesses período.

"...O seu tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém...": O escorpião raramente mata o homem, mas o seu veneno causa dor intensa e ataca o sistema nervoso. Os opressores do povo de Deus sofreriam muita dor, mas não seriam mortos – por enquanto.O ferrão satânico injeta o veneno nas almas dos homens, por meio dos seus agentes sobrenaturais.

9:6 – Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles.

Está claro que o texto se refere ao período da Grande Tribulação sendo semelhante ao conteúdo de Jó 3:21-22 e Jeremias 8:3.

"...Os homens buscarão a morte e não a acharão...": É uma comparação com a intensidade do sofrimento. A morte seria considerada um alívio da dor infligida pelos escorpiões.

"...Terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles...": Novamente, ele enfatiza a natureza desta praga. Os gafanhotos do abismo não receberam autoridade para matar, mas causam sofrimento terrível. Mesmo procurando a morte, os homens não conseguem escapar desta praga (veja 6:16).

9:7 – O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a peleja; na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro; e o seu rosto era como rosto de homem;

(Utilizo nos versículos de 8 a 11 os comentários de  Dennis Allan, que concordam também com Russel N Champlin)

"...O aspecto dos gafanhotos era semelhante a...": A descrição da aparência dos gafanhotos nos lembra de Joel 1:4,6; 2:4-10. São opressores terríveis, inimigos fortes que vêm com uma força quase irresistível contra os homens.

"...Cavalos preparados para a peleja...": A cavalaria deu uma vantagem enorme aos exércitos antigos (1 Reis 20:1; 2 Reis 6:15). Salomão importava cavalos do Egito para fortalecer a defesa de Israel (2 Crônicas 9:28). Os homens sempre enfrentavam a tentação de confiar na sua força militar, representada por cavalos, ao invés de confiar em Deus (Salmo 20:7; Isaías 31:1). Cavalos aparecem freqüentemente nas figuras proféticas de castigo e destruição: "Eis aí que sobe o destruidor como nuvens; os seus carros, como tempestade; os seus cavalos são mais ligeiros do que as águias. Ai de nós! Estamos arruinados!" (Jeremias 4:13; veja 6:23; 8:16; 47:3; 50:42; 51:27; Ezequiel 26:11; Naum 3:2; Habacuque 1:8).

"...Como que coroas parecendo de ouro...": Esta é a única vez que a palavra stephanos, a coroa da vitória, aparece em relação aos ímpios. Em todos os outros casos, mostra a vitória de Cristo ou dos santos. Aqui, os servos do diabo dão a impressão de ser vitoriosos, mas a própria linguagem sugere uma falsa vitória: "como que coroas parecendo de ouro". Os servos do inimigo podem imitar a vitória dos santos, mas jamais terão a vitória final.

"...O seu rosto era como rosto de homem...": Figuras de animais ou insetos com características humanas normalmente sugerem a inteligência. Estes servos do diabo são seres inteligentes, capazes de agir conforme as instruções do seu líder.

9:8 – tinham também cabelos, como cabelos de mulher; os seus dentes, como dentes de leão;

Cabelos, como cabelos de mulher: Qualquer explicação reconhece uma criatura estranha. Não são gafanhotos comuns! Os cabelos da mulher representam sua submissão (1 Coríntios 11:15). Pode significar a submissão dos gafanhotos a Satanás. Cabelos femininos sugerem, também, a beleza, um aspecto mais suave do que a aparência das outras características. O diabo usa coisas que parecem boas, inofensivas e atraentes para conquistar sua presa, e depois ataca com a astúcia (rosto de homem) e força (dentes de leão).

Dentes, como dentes de leão: Mais uma figura do poder destrutivo desses gafanhotos do abismo. Podem usar a inteligência e a beleza para seduzir, mas mordem com a ferocidade de um leão (1 Pedro 5:8).

9:9 – tinham couraças, como couraças de ferro; o barulho que as suas asas faziam era como o barulho de carros de muitos cavalos, quando correm à peleja;

Couraças, como couraças de ferro: Estes guerreiros do diabo estão preparados para a guerra. Eles têm condições de se defenderem na batalha contra os homens. Mesmo quando os homens resistem, 

9:10 – tinham ainda cauda, como escorpiões, e ferrão; na cauda tinham poder para causar dano aos homens, por cinco meses;

Cauda, como escorpiões, e ferrão...poder para causar dano aos homens, por cinco meses: Este versículo repete as informações dadas nos versículos 3 a 5. Os gafanhotos com ferrões de escorpiões causariam sofrimento entre os homens durante cinco meses.

9:11 – e tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom.

Seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom: Parece que o anjo do abismo e a estrela caída que recebeu a chave do poço do abismo são a mesma pessoa, Satanás. Se não for o próprio diabo, certamente seria um servo dele com poder sobre outros servos. O nome é dado em dois idiomas, e o sentido é o mesmo – Destruição ou Destruidor. Este versículo é o único no Novo Testamento que usa estas palavras. A palavra hebraica aparece algumas vezes no Antigo Testamento em referência à morte e à destruição (veja Jó 26:6; 28:22; 31:12; Salmo 88:11; Provérbios 15:11; 27:20). Deus cria, dá vida, edifica, causa crescimento, etc. O diabo destrói e provoca o sofrimento e a morte. "Ele foi homicida desde o princípio" (João 8:44).

9:12 O primeiro ai passou....vêm ainda dois ais:

 As últimas três trombetas são os três ais anunciados pela águia (8:13). O primeiro ai – a quinta trombeta – passou. Neste ai percebemos o poder destrutivo do pecado, a arma principal do anjo do poço do abismo. O pecado provoca sofrimento e tormento, mesmo antes dos homens chegarem à morte. Entendendo a quinta trombeta desta maneira, podemos ver aqui os efeitos de decadência, perversão e corrupção que vêm de dentro – uma sociedade pecaminosa se destruindo na iniqüidade.

Ainda aguardamos mais dois ais – as sexta e sétima trombetas (veja 11:14).

A Sexta Trombeta: O Segundo Ai (9:13-21)

A situação de aflição continuará de forma mais dura e insuportável. A voz que anuncia os juízos retorna ao ambiente de altar.

9:13 – O sexto anjo tocou a trombeta, e ouvi uma voz procedente dos quatro ângulos do altar de ouro que se encontra na presença de Deus,

"...O sexto anjo tocou a trombeta...": Ele anuncia a mensagem da sexta trombeta. A simbologia das trombetas pode ser buscada em  Apoc 1:10 , 4:1; 8:2,6,13; 9:14

"...Ouvi uma voz procedente dos quatro ângulos do altar de ouro...":  Era crença judaica que o templo de Jerusalém  (ou a tenda do deserto) era apenas uma cópia do templo celeste.Mas isso deve ser visto como simbologia. O templo terrestre encerrava um forte sentido espiritual  em vários de seus itens.

Nota sobre os quatro ângulos: 'Os altares do templo e do tabernáculo tinham protuberâncias parecidas com chifres nos quatro ângulos e ali o sangue dos sacrifícios era esfregado (Ex 29:12; Lev 4:7,18). Quando alguém se agarrava a esses chifres (ângulos), dava a entgender que fugia, já que aquele era um local de refúgio. Em geral  o chifre simboliza poder. A voz que saía dos quatro ângulos representa a força atribuída a Deus e também refúgio para o seu povo'. A voz que se ouve é uma voz de vitória e a mensagem a ser entregue é de que Deus sempre age para nos dar a vitória sobre o mal.. 

9:14 – dizendo ao sexto anjo, o mesmo que tem a trombeta: Solta os quatro anjos que se encontram atados junto ao grande rio Eufrates.

"...O sexto anjo, o mesmo que tem a trombeta...": É a mesma voz  do altar, quer manda o anjo que acabou de tocar a trombeta agir.

"... quatro anjos..." São em número de quatro pois espalharão seu mal nos quadrantes da  terra (norte, sul, leste e oeste). Nada escapará ao ataque dessas criaturas espirituais. Isso tornará a vida humana repleta de ações odiosas  e violentas.

"...atados..." Seus poderes estavam sendo controlados, aguardando o comando.

"...Eufrates..." Esse rio era chamado de grande rio, pelo conhecimento do povo palestino. Nascia nos montes da Armênia e mais ao sul unia-se ao rio Tigre, na Babilônia. Sua extensão era de 2.600 a 2900 km . Fazia (ou faz) fronteiras de Israel ao norte  e por isso servia de defesa natural contra exércitos  vindos do norte, especialmente da Assíria. Ele sofre um transbordamento a anual que começa em março e finda em maio. Tal transbordamento significa ou simboliza os  juízos  os juízos  infligidos por Deus contra Israel, por meio de nações estrangeiras. Para os profetas hebreus, o Eufrates simbolizava tudo quanto era desastroso. Assim como os inimigos de Israel vinham do norte, cruzavam o rio Eufrates e destruíam aquela nação, de igual forma, no presente texto, indicativo profético do futuro, duzentos milhões de cavaleiros infernais  surgirão ali para se espalharem por toda a terra, levando violência  e desastre por ande passarem. Uma interpretação espiritual para o texto diz que há um Eufrates espiritual para os homens rebeldes e seu pecado não pode ser deixado sem castigo. Mas com base no princípio da justiça divina, nada poderá vir sobre os homens senão aquilo que eles mesmos convidaram. Da forma como o Eufrates era uma fronteira de proteção natural para Israel, há uma fronteira espiritual oferecida por Deus a tantos quanto desejarem.  

9:15 – Foram, então, soltos os quatro anjos que se achavam preparados para a hora, o dia, o mês e o ano, para que matassem a terça parte dos homens.

"...Foram, então, soltos os quatro anjos...": O sexto anjo obedeceu a ordem da voz e soltou os quatro anjos.

"...Que se achavam preparados...": Como instrumentos de Deus, os anjos estavam preparados para o momento exato determinado pelo Senhor. Esta trombeta responde às orações dos santos, mas somente quando Deus manda. (Rom 8:20). Os anjos são soltos para castigar os perseguidores quando Deus determina.

"...hora, dia, mês, ano..." Isto é, em um único momento, dentro do tempo de Deus (kairós), esses anjos de manifestarão.

"...Para que matassem a terça parte dos homens...": Pragas que afetam a terça parte são típicas das trombetas. A primeira afetou a terça parte da terra e das plantas (8:7). A segunda atingiu a terça parte do mar, da vida marinha e das embarcações (8:8-9). A terceira prejudicou a terça parte das águas doces (8:10-11). A quarta escureceu a terça parte dos céus (8:12). Agora, a sexta traz a morte da terça parte dos homens. A quinta trombeta causou dor, mas não matou. A sexta traz a morte para alguns, mas não para todos.

9:16 – O número dos exércitos da cavalaria era de vinte mil vezes dez milhares; eu ouvi o seu número.

João, o profeta, chocou-se diante de tão grandioso número. O texto diz literalmente duas vezes dois mil vezes dez mil. São 200.000.000 . Não são soldados humanos. São demônios. Vejamos o comentário de Hough: '......De maneira inequívoca o homem de Patmos dizia aos pressionados cristãos a quem escrevia: Deveis temer a  justiça de Deus, que controla o universo, e não Roma, cuja força é fraqueza, em comparação com a fortaleza de Deus.'

9:17 – Assim, nesta visão, contemplei que os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre. A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre.

"...Os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre...": As cores das couraças são, provavelmente, vermelho (fogo), azul (jacinto) e amarelo (enxofre), e apresentam a imagem aterrorizante do exército usado como instrumento de Deus para castigar os malfeitores. Enxofre, na Bíblia, é sempre ligado ao castigo divino (veja alguns exemplos: Gênesis 19:24; Deuteronômio 29:23; Salmo 11:6; Isaías 30:33; Ezequiel 38:22; Apocalipse 14:10; 19:20; 20:10; 21:8).

"...A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre...": A imagem do forte exército vencedor enviado por Deus. Estes cavalos têm cabeças de leões e fogo saindo de suas bocas! Não servem apenas para levar os soldados à batalha. Os próprios cavalos são ferozes com o poder para trazer julgamento divino contra os opressores.

Os hebreus em geral eram um povo pastoril, por isso utilizavam pouco os cavalos. Usavam o boi para puxar o arado. Assim o cavalo era um animal de guerra. O cavalo é rápido e forte e produz morte sem misericórdia (Jó 39:20; Is 28:28). Os cavalos da visão além disso possuíam a natureza do leão. E eram montados por cavaleiros sinistros e demoníacos.

9:18 – Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens;

"...Por meio destes três flagelos...": Essa estranha excreção das cabeças  dos animais é aterradora mas é o castigo de Deus sobre os opressores: fogo, a fumaça e o enxofre são pragas usadas para castigar.

"...Foi morta a terça parte dos homens...": Ele já disse, no versículo 15, que esta trombeta causaria a morte de um terço dos homens. Aqui, ele diz que estas mortes vêm por causa dos flagelos das bocas dos cavalos. A fração 1/3 simboliza a misericórdia de Deus que sempre aguarda que alguém ( um ou outro sobrevivente) aprenda a lição.

9:19 – pois a força dos cavalos estava na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda se parecia com serpentes, e tinha cabeça, e com ela causavam dano.

"...A força dos cavalos estava na sua boca e na sua cauda...": Se destaca as caudas bem diferentes destes cavalos. O mais que procuramos visualizar os cavalos desta visão, o mais que percebemos  é a impossibilidade de serem literalmente cavalos. As imagens fortes comunicam, simbolicamente, uma mensagem do poder do exército enviado por Deus para castigar e matar.

"...A sua cauda se parecia com serpentes...": Os cavalos chegaram com suas couraças e suas cabeças de leões, soprando as pragas de fogo, fumaça e enxofre. Deixaram para trás o sofrimento causado pelo veneno de suas caudas, que pareciam serpentes causando dano.

9:20 – Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar;

Nota: Utilizo mais uma vez, nos versículos 20 2 21 os comentários de Dennis Allan por considerá-los abrangentes

"...Os outros homens ... não se arrependeram...":Depois de vários outros castigos, Deus mandou um exército para matar um terço dos homens, e os sobreviventes não se arrependeram dos seus pecados! Mas não é isso a tendência dos homens, até hoje? Mesmo quando a pessoa sofre conseqüências diretamente ligadas ao seu próprio pecado, recusa aprender a lição. Procura qualquer outra explicação, mas não admite a possibilidade de um castigo divino. E quando outros sofrem por seus erros, parece tão fácil virar os olhos e dizer que isso nunca acontecerá conosco. Podemos ver o estrago na vida dos outros, causado por imoralidade, ou abuso de álcool, ou uso de drogas e, ainda assim, conseguimos nos enganar. Podemos fazer as mesmas coisas sem sofrer a mesma conseqüência! Os cemitérios ao nosso redor estão cheios dos corpos de pessoas que pensaram assim, e morreram cedo demais. Certamente, o inferno estará cheio de homens, mulheres e jovens que compartilharam o mesmo pensamento errado.

"...Deixando de adorar os demônios e os ídolos...": Tanto no Velho como no Novo Testamento, a idolatria é associada à adoração de demônios (Levítico 17:7; Deuteronômio 32:17; Salmo 106:37; 1 Coríntios 10:20-21). A idolatria era um dos problemas graves na Ásia e no império romano em geral, e aparece aqui como o principal motivo deste castigo. A perseguição dos cristãos pelo governo romano veio principalmente por causa da insistência dos santos em adorarem o único Deus verdadeiro, recusando os falsos deuses dos romanos, sejam os antigos ídolos, sejam os próprios imperadores representados por seus templos e imagens.

"...Que nem podem ver, nem ouvir, nem andar...": Os ídolos, feitos por mãos humanas, são totalmente impotentes. Isaías fala da loucura de fabricar e adorar seus próprios deuses. Antes de descrever esse processo ridículo, ele relata o desafio e a afirmação de Deus: "Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça" (Isaías 44:8). Ele termina a sua descrição com estas palavras sobre os homens que adoram ídolos: "Nenhum deles cai em si.... o seu coração enganado o iludiu, de maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Não é mentira em que eu confio?" (Isaías 44:19-20).

9:21 – nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.

"...Nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, ...feitiçarias, ...prostituição, ...furtos...": A lista dos erros do povo começou com a idolatria, uma atitude errada contra Deus, mas incluiu outros erros, pecados contra outras pessoas. Uma vez que desprezaram o conhecimento do Senhor, ele "os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes" e "conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem" (Romanos 1:28-32).

Os pecados condenados aqui são:Homicídios, feitiçarias, prostituições e furtos

Bibliografia:

A Bíblia Sagrada. O Novo Testamento Interpretado, de Russel Champlin. Lições no Apocalipse, de Dennis Allan. O Apocalipse, de Delcyr de Souza Lima.Outras fontes informais de autorias não identificadas 

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