segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estudos no Apocalipe - Estudo 16 - Intervalo entre selos (7:1-17)

Estudos no livro de Apocalipse -  Adélio Silva
 
Estudo 16 – Intervalo entre os selos( 7:1-17)

A Selagem dos mártires que pertencem a Deus – Os 144.000 (7:1-8)

O capítulo 7 de Apocalipse mostra de forma especial a forma especial como Deus tratará seus servos fiéis que, mesmo em meio aos terríveis sofrimentos da Grande Tribulação em andamento se não negarão sua fé. Eles serão selados e por isso protegidos  de todo o dano. Os crentes, em número grande, sofrerão o martírio. A finalidade da selagem é  proteger seus corpos das investidas do anticristo.  Eles são o Israel espiritual, protegido  em meio aos horrores da Tribulação, até que chegue o momento do seu sacrifício. Isto está em harmonia com Mat 24:29-31.  É evidente que existem outras interpretações oferecidas para o capítulo 7 de Apocalipse. Esta é uma das quais procura harmonizar toda a doutrina bíblica aceita, tornando-a coerente, sem contudo pretender ser um manual exato da verdade. A verdade total só pertence a próprio Deus. De uma forma segura só podemos afirmar que o capítulo 7  contém um conteúdo que identifica a Igreja de Cristo (ou parte dela) sob o título de 144.000 e que este número de salvos será alvo das maiores perseguições movidas pelo sistema político-religioso do período da Grande Tribulação. 

Passados os acontecimentos contidos nos seis primeiros selos, havia um quadro de horrores das pessoas castigadas. Restou uma pergunta no final– "porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?" (6:17). A visão contida no capítulo 7 conduz a um ambiente ainda mais difícil, quando Deus  derramará com mais força o seu furor. A selagem mostrará que Deus não abandona os seus, mesmo que pareça isto. De alguma forma eles estarão guardados..

7:1 – Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma.

"...quatro anjo.em pé..." É uma figura da visão, já que representa um enorme anjo apoiado sobre o globo terrestre.

"...quatro anjos..." São em quatro pois exercem controle sobre as quatro extremidades da terra(norte, sul, leste, oeste), como em I Cro 9:24; Isaías 11:12; Jeremias 49:36; Ezequiel 7:2; Mat 24:31. A idéia representada é de algo completo,a terra inteira estando debaixo do controle desses anjos, e tudo sob o controle do próprio Deus. É uma referência a Zac 6:5, que menciona 'os quatro ventos dos céus', ou aos quatro seres viventes em Apoc 4:6,7.

"...quatro cantos da terra..."  Explica Champlin que os antigos pensavam que a terra fosse quadrada e dotada de quatro cantos. Já os filósofos gregos  do ano 600. A.C pensavam que a terra era um disco. Na visão pessoal de João, a terra era retangular. Não está em julgamento aqui a propriedade de João com sua idéia aparentemente ultrapassada sobre cosmologia. A intenção nítida é repassar uma idéia visionária um mais simples possível.Os anjos controlavam a terra de todos os ângulos possíveis.

"...para que nenhum anjo soprasse  sobre a terra..." Não são ventos literais. São forças cósmicas espirituais que teriam o poder de produzir acontecimentos terríveis, utilizando-se das forças humanas ou sobre-humanas. Aqui é ensinado que Deus controla toda a terra. Os seus juízos são administrados como ele quer.

   

"...Conservando seguros os quatro ventos da terra...": Neste intervalo, os quatro anjos estão parados. Estão segurando os ventos, aguardando a ordem. Nunca se deve agir impetuosamente, sem autorização divina. (1 Crônicas 15:13; Coríntios 4:6; 2 João 9).

"...Para que nenhum vento soprasse...": Neste contexto, os ventos trarão destruição. Mas, por enquanto, os anjos seguram o poder destrutivo do vento. Ainda não chegou a hora. Deus pretende resolver uma outra questão antes de liberar esta força contra a terra.

"...Terra, mar, árvore..": Isto indica que os elementos naturais serão atingidos com os desequilíbrios  que atingirão o planeta. É semelhante ao que atingiu o Egito na antiguidade.

7:2 – Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar,

"...Vi outro anjo que subiu do nascente do sol...: O nascente do sol, a direção de onde vem a luz, representa a habitação de Deus, conforme lido em Números 3:38,Números 2:3; Ezequiel 8:16; 10:19; 11:1; Ezequiel 11:23;Ezequiel 43:2-4;1 Coríntios 3:16-17; 1 Timóteo 3:15; Malaquias 4:2.

"...Tendo o selo do Deus vivo...":. O selo pertencia exclusivamente ao seu dono, e servia para o identificar (Gênesis 38:18,25). A pessoa que segurava o anel de um rei retinha a autoridade para selar decretos e agir como seu representante autorizado (Gênesis 41:42; Ester 3:10; 8:2). O selo também indica posse, que algo ou alguém pertence exclusivamente ao dono do selo (Cântico dos Cânticos 8:6). No Novo Testamento, os discípulos fiéis têm o selo de Deus (2 Coríntios 1:21-23; Efésios 1:13-14; 4:30). Talvez o trecho mais confortante para os que fazem parte do santuário de Deus seja 2 Timóteo 2:19 – "Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem". Os quatro anjos seguram os ventos da ira de Deus, mas o Senhor jamais esqueceria do seu povo fiel!Este anjo terá a missão de selar aos 144.000 a fim de protegê-los dos horrores desfechados  pelo anticristo.

7:3 – dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus.

"...Não danifiqueis a terra..." Os juízos cairão sobre os completos elementos terrestres (terras, mares e vegetação) e todas as áreas ocupadas pelo ser humano, mas os anjos deveriam esperar um pouco mais. 

"...até selarmos...suas fronte...servos" Ver o versículo anterior. A fronte e a mão são os locais indicados para a marcação ( Apoc 13:16 e 14:9). Os servos fiéis a Jesus serão identificados com sua marca. Na antiguidade os escravos eram marcados a fogo. Era o selo dos seus senhores.

Utilidade da selagem: 1 – Proteção do dano físico ou espiritual; 2 – Segurança em meio ao período da Grande Tribulação  e na era vindoura; 3 – Proteção contra os poderes do mal que agirão em apoio ao anticristo; 4 – Todos os mártires serão realmente martirizados  (13:15). Daí o entendimento de que a proteção será espiritual. Fisicamente, quase todos morrerão, mas em segurança, sem apostatar a fé.

7:4 – Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel:

Literalmente 144.000? Literalmente de Israel? Precisamente 12.000 de cada uma das 12 tribos citadas? São perguntas que não possuem respostas exatas por enquanto.

Opiniões sobre a quantidade: 1 – Seria um grupo religioso específico; 2 – Seria exclusivamente a nação de Israel; 3 – Seria somente o Israel espiritual (igreja). Dizem que, em algum ponto dos acontecimentos da Grande Tribulação, a nação de Israel se converteria indo compor o total dos 144.000.

É 144.000 o número fixo de pessoas que estarão no céu? Há pessoas que ensinam que este número identifica, literalmente, o número exato de pessoas que estarão no céu. Há muitos problemas com esta interpretação. Observe alguns fatos: 1 -  A visão de 7:1-8 fala dos fiéis na terra, e nada diz sobre o céu até voltar ao trono, a partir de 7:9. Ironicamente, os 144.000 estão na terra e a grande multidão diante do trono celestial, exatamente ao contrário da doutrina que alega 144.000 no céu e a grande multidão na terra. 2 -  As pessoas que defendem essa interpretação decidem, por capricho próprio, tratar o número como um valor literal, mas consideram os outros aspectos como figuras. Não dizem que os 144.000 são literalmente judeus, ou que a tribo de é literalmente excluída, ou que todos são literalmente homens virgens (veja 14:4). Ou tratemos todos os detalhes como descrições literais, ou reconheçamos a natureza simbólica desta visão, a única maneira coerente de interpretá-la no seu contexto. Os 144.000 são os servos de Deus selados na terra antes de começar os grandes castigos dos quatro ventos. Estes, permanecendo fiéis, iam se encontrar no céu entre os vencedores.

7:5-8 – da tribo de Judá foram selados doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; 6 da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; 7 da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; 8 da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim foram selados doze mil. Foram selados doze mil: De cada tribo, doze mil receberam o selo de Deus. As tribos citadas são:

Por que esta ordem? Judá está em primeiro lugar, talvez por ter a primazia e por ser a tribo do Messias. Benjamim, a última, foi a tribo do caçula de Jacó. Mas esta lista não segue a ordem do nascimento dos patriarcas (Gênesis 29:31-35; 30:1-24; 35:16-18), nem se apresenta segundo as quatro mães dos filhos de Jacó (Gênesis 35:23-26).

Por que estas tribos? É boa a explicação de Dennis Allan:" Sabemos que as doze tribos, normalmente, foram vistas como treze. Jacó teve doze filhos homens. Doze receberam herança de terra, excluindo a tribo de Levi, que recebeu 48 cidades e teve Deus como sua herança. Para manter o número de doze na divisão da terra, José foi dividida em duas, Efraim e Manassés. Na lista do Apocalipse 7, Levi está incluída, e o nome de José aparece. Os nomes omitidos são Efraim (substituído por José) (um dos filhos de José) e Dã (excluído da lista). Nenhuma explicação é dada aqui, mas a história do Velho Testamento sugere um possível motivo. De todas as tribos, Dã e Efraim foram as duas mais ligadas à idolatria. Um dos apêndices do livro de Juízes relata a história de Mica e os danitas, mostrando como a idolatria se tornou comum nesta tribo (Juízes 17-18). No início do reino dividido, Jeroboão, o rei efraimita de Israel, introduziu a idolatria, erigindo bezerros de ouro em Dã e Betel (1 Reis 12:29). Betel ficava na divisa entre os territórios de Efraim e Benjamim, mas foram os efraimitas que tomaram controle desta cidade no início do período dos juízes (Juízes 1:22-25). Durante o resto da história de Israel, "Efraim" praticamente se tornou sinônimo de "idolatra" (Oséias 4:17; 5:11; 8:11; 13:12). O filho de uma mulher de Dã, também, foi morto por sua blasfêmia na época de Moisés (Levítico 24:10-14). A omissão destas duas tribos pode ser uma maneira de mostrar que Deus expulsaria qualquer tribo manchada com o pecado, especialmente com a idolatria".

A utilização das 12 tribos como cabeças-de-chaves representativa dos mártires,segundo alguns intérpretes, pode indicar a amplitude do alcance da graça de Deus. A nação de Israel, antes símbolo de uma comunidade restrita, dá lugar à nação gentílica. É o evangelho alcançando todo o mundo, nações e povos. As características de cada tribo, encontra representação na variedade de povos que, alcançados pela indistinta salvação de Deus. São os povos todos, todas as tribos e gentes. É o evangelho sem fronteiras, Assim, cada um dos nomes está relacionado com um sentido específico.

Asser = Bendito. Significa as bênçãos do Messias sobre todos os discípulos, principalmente sobre os mártires que emergem da Grande Tribulação.

Naftali= Lutas. Designa o conflito dos santos . Serão mais que vencedores.

Manasses= Esquecimento. Ensina a esquecer o que fica para trás, buscando novas vitórias em Cristo.

Simeão= Audição. Devemos ouvir a fim de obedecer. As ovelhas de Cristo ouvem sua voz e o obedecem.

Levi= Reunido. O amor de Cristo nos confere união no bem-estar, sendo que nada nos pode separar do amor de Crist. Um alerta para resistir à ação doanticristo.

Issacar=Salário ou recompensa. Significa os galardões que Deus dá aos seus servos fiéis.

Zebulom= Habitação. Cristo habita conosco e nos favorece. Melhor, Ele habita em nós pelo seu Espírito Santo.

José= Adição. As bênçãos de Deus são adicionadas e multiplicadas em nosso favor, apesar das adversidades.

Benjamin. Filho da mão direita. Cristo vencedor possui importância dupla. Foi o Filho especial de Deus  e Homem de Tristezas. Uma mensagem especial para o conforto dos mártires..

A Grande Multidão (ou Os Martires Glorificados) - 7:9-17

7:9 - Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;

Opinoes sobre a Grande multidão de mártires: a) Não se trata de um numero selecionado de mártires surgidos de toda a era da igreja, visto que eles vieram da Grande Tribulação o que os limita a uma época específica; b) Não são os crentes de todas as épocas  ou de qualquer época em especial; c) Não e qualquer grupo religioso ou seita; d) Alguns afirmam poder ser os mártires gentios  salvos  durante o período da grande tribulação ; e) Seriam os convertidos gentios , ganhos para Cristo devido ao testemunho dos israelitas convertidos durante a Grande Tribulação, mas isto e improvável  pois o contexto mostra que foram martirizados e não convertidos  comuns;  f) A opinião mais equilibrada, aceita pela maioria dos intérpretes, afirma que os 144.000 seriam um numero representativo (composto simbolicamente do numero doze, multiplicado por si mesmo, multiplicado por mil). Eles são crentes especiais, os lideres da igreja, os mais santos, instrumentos especiais de Deus.  Em contraste,  a inumerável multidão são as mesmas pessoas, mas sem o simbolismo numericol. Seriam todas as nações, formando o Israel espiritual, incluídos ai os judeus que se converterem durante o período da Grande tribulação. Mas, finalmente, todos se juntarão compondo uma única grande Igreja.

"...De todas as nações, tribos, povos e línguas...": Esta grande multidão não consiste em anjos ou outros seres celestiais. São pessoas redimidas de todas as nações – pessoas abençoadas por meio do descendente de Abraão (Gênesis 12:3; Gálatas 3:28-29).

"...Em pé diante do trono e diante do Cordeiro...": Somente os vencedores, aqueles justificados pelo sangue do Cordeiro, teriam como se susterem no Dia da ira de Deus para ficar em pé diante do trono (6:17; 7:14).

"...Vestidos de vestiduras brancas...": A vestimenta dos vencedores (3:4-5; 6:11).

"...Com palmas nas mãos...": As palmas, ou ramos de palmeiras, identificam para nós o pano de fundo desta cena ( 23:33-43).

7:10 – e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.

"...Clamavam em grande voz...": A voz da multidão de vencedores, anunciando  a grandeza da mensagem.

"...Ao nosso Deus ... e ao Cordeiro pertencem a salvação...": O louvor é direcionado ao Pai que se assenta no trono, e ao Cordeiro, que se mostrou digno. A salvação é possível somente por intervenção divina, somente pelo plano de Deus e o sacrifício do Cordeiro. A salvação e provida por um único meio: Jesus Cristo. Também e de propriedade exclusiva do Pai e do Filho.

7:11 – Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus,

"...Todos os anjos ... os anciãos e os quatro seres viventes... adoraram a Deus..." a) Anjos – são uma das categorias de seres criados por Deus (Apoc 5:11; Luc 4:10; Atos 1:10); b) Anciaos – Sao os mesmos 24 seres viventes de Apoc 4:4; c)   4 Seres viventes – Esta em vista a quádrupla providencia divina, como visto em Apoc 4:6,7.

7:12 – dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!

"...Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força...": O Deus perfeito merece toda a honra e adoração. Aqui, como em 5:12, encontramos sete palavras de expressão de louvor. A única diferença é a inclusão de "ações de graças" no lugar de "riqueza". Certamente, a riqueza das bênçãos espirituais recebidas de Deus são motivo para oferecer ações de graças (comentário de Dennis Allan)

7:13 – Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?

"...Um dos anciãos tomou a palavra...": A pergunta dirigida a Joao  visa prestar esclarecimentos sobre a identificaçao  de uma informação desconhecida e focaliza as vestimentas brancas

"...Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?: Baseado nas mensagens às igrejas, João já poderia ter uma noção. Ele certamente teria lembrado das almas debaixo do altar no quinto selo (6:9-11). Mas a pergunta do ancião dá ocasião para ele tirar as suas dúvidas.

7:14 – Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro,

"...Respondi-lhe, meu Senhor, tu o sabes...": João mostra, ao mesmo tempo, humildade e curiosidade. Ele chama o ancião de Senhor, não para alegar sua divindade (pois obviamente não é Deus), mas como expressão de respeito. É semelhante ao uso comum da palavra "senhor" para identificar um homem mais velho ou, por outro motivo, merecedor de respeito e educação especial. João não ousava responder à pergunta. Ele aguardou a orientação do seu professor.

"...São estes os que vêm da grande tribulação...": O ancião já sabia a resposta, e não demora em ajudar João a entender a visão. A palavra vêm mostra que pessoas ainda estavam chegando ao céu da grande tribulação. Que grande tribulação? O sexto selo falou de sofrimento terrível, e a primeira visão deste intervalo falou de selar os servos de Deus. Aqui, percebemos que os selados não seriam protegidos do sofrimento na terra, até enfrentariam horríveis perseguições. Poderiam até sofrer a morte física, mas seriam protegidos da segunda morte (2:11). Novamente, somos obrigados a respeitar os limites de tempo que estudamos nas primeiras lições. Interpretações que dizem que esta grande tribulação começará em algum momento futuro destorcem o sentido do trecho, e usam o livro para apoiar doutrinas humanas. Alguns, devido, em parte, à linguagem similar, pensam na profecia de Mateus 24:21. Aquela profecia falou da destruição de Jerusalém, que ocorreu no ano 70 d.C. Alguns outros detalhes sobre a data do Apocalipse serão tratados em outras lições. Por enquanto, basta lembrar cada leitor de alguns fatos: 1-  Esta mensagem foi enviada primeiramente às igrejas na Ásia, não aos santos em Jerusalém; 2-  Jesus já falou de tribulação na carta à igreja de Esmirna (2:10); 3-  Os selos anteriores falaram de castigos que atingiriam a terra com seus reis e poderosos, figuras que vão além de Jerusalém; 4-  A primeira visão deste intervalo falou dos quatro cantos e quatro ventos, sugerindo um castigo abrangente.

"...Lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro...": Sangue causa manchas que, às vezes, são difíceis de tirar de uma roupa. Nenhum processo humano usaria sangue para alvejar uma roupa. É só Deus que consegue fazer isso. O sangue do Cordeiro justifica, lava, purifica e deixa a roupa branca como a neve.

7:15 – razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.

"...E o servem de dia e de noite no seu santuário...": Cada ser humano, nos lugares celestiais (ou céus), terá uma habitaçao espiritual e serão transformados, perdendo a memória dos caminhos passados. O homem foi criado para servir ao Senhor  eternamente. O descanso eterno será uma atividade incessante mas sem cansaço. Servindo ao Senhor de modo incomum, recebendo missão especifica. O santuário e o Santo dos Santos, subentendendo-se a proximidade máxima permitida por Deus para a convivência com a 'presença' de Deus.

"...Aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo...": A palavra grega aqui utilizada e 'skenoo' ., significando 'habitar entre' , 'fixar residencia'. A ideia  a ser transmitida é que a tenda divina será armada  por cima dos remidos, protegendo-os com a sua presença. Isso e semelhante ao que ocorreu no deserto, quando a 'shekinah de Deus' desceu sobre seu povo. A linguagem do Apocalipse faz lembrar que nos céus Deus se apresentará com toda a sua plenitude e resplendor, pois Deus estará habitando com seus remidos (Ef 2:21,22; Lev 26:11; Isa 4:5,6; Ex 40:34-35).  

7:16 – Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum,

O comentarista Dennis Allan concorda que a expressao " Jamais terão fome, nunca mais terão sede" significa que sob a proteção de Deus, todas as necessidades dos vencedores serão supridas. Os perseguidos, que sofriam na terra, seriam sustentados por Deus no tabernáculo dele. A fome é citada no Velho Testamento, muitas vezes, junto com a peste e a espada, como castigo divino (Jeremias 21:9; 24:10; Ezequiel 6:11). A fome e a sede foram características do cativeiro do povo rebelde (Isaías 5:13). Os vencedores, na tenda de Deus, seriam isentos desse sofrimento.Tambem que ao dizer 'Não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum', o sentido é que a luz do sol, freqüentemente, representa a presença de Deus e da verdade. Aqui o sentido é outro. O sol queima, e o homem precisa de proteção dele. Qualquer pessoa que morava ou viajava pelos desertos do Oriente Médio entenderia perfeitamente esta necessidade de se protegerem do sol ardente. A tenda de proteção dos fiéis é o próprio Senhor (veja Salmo 121:3-8; Isaías 49:10). Os vencedores não são destruídos pela ira ardente do Senhor (Malaquias 4:1).

7:17 – pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.        

"...O Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará...": Jesus é mesmo Pastor que cuida dos vencedores. A Bíblia usa vários termos interessantes, quase contraditórios para os homens, para descrever Jesus e seu trabalho. Ele é Leão e Cordeiro, Sacerdote e Sacrifício, Cordeiro e Pastor. O sangue dele tira manchas e alveja as almas remidas, ao limpar-lhes os pecados.

O autor Joao se  utiliza  de  Isaías 49:10, que profetiza sobre o papel do Servo do Senhor na salvação dos homens: "Não terão fome nem sede, a calma nem o sol os afligirá; porque o que deles se compadece os guiará e os conduzirá aos mananciais das águas." Jesus se compadece do homem, e o leva aos mananciais da água da vida (Marcos 1:41; Mateus 11:28-30; João 4:14).

E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima: Deus enxuga as lágrimas pela vitória sobre a morte (Isaías 25:8). Jesus, na sua vitória na cruz, nos livrou dos laços da morte (Hebreus 2:15; 1 Coríntios 15:54-55; Romanos 8:2). Os servos fiéis esperam a vitória final sobre a morte (21:4).

Poema : Minhas lágrimas enxugastes.

Eram muitas, abundantes,

E me escorriam pelas faces.

Eram gritos de um espírito soluçante, vítima desse mundo algoz;

De dores encoberto, dorido meu peito soluçante,

Sangrando minha alma, ao céu seu pranto eleva

E la, do teu trono elevado me vistes,

E me ensinastes que por me amares bastante

Minha vida tomastes  em nobre gesto

E minhas lagrimas enxugastes

Em brando e eterno aceno.

Meu doce Mestre Jesus.

(Adelio)

 

 

Bibliografia:

A Bíblia Sagrada. O Novo Testamento Interpretado, de Russel Champlin. Lições no Apocalipse, de Dennis Allan. O Apocalipse, de Delcyr de Souza Lima.Outras fontes informais de autorias não identificadas 



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