segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estudos no Apocalipse - Estudo 17 - Visão dos Sete Selos (8:1-11)

Estudos no livro de Apocalipse -  Adélio Silva
 
Estudo 17 – Visão dos Sete Selos (6:1 a 8:6)

 

Aparecem as Sete trombetas

 

Introdução

            No capítulo sete pudemos examinar os acontecimentos que constituíram o parêntesis, uma espécie de trégua ou intervalo na sequência de  calamidades que cairão sobre a terra, enquanto se procedia a selagem dos mártires, com objetivo claro de protegê-los espiritualmente, já que  estarão na mira dos ataques terríveis do anticristo (sob o ponto de vista profético). No oitavo capítulo retoma então a apresentação do sétimo selo, ou o julgamento das  sete trombetas;. As catástrofes continuarão, de uma forma mais agressiva.

            Na medida em que o sétimo selo foi aberto, notamos que cessaram os louvores nos céus, permitindo que as orações dos mártires fossem ouvidas   no trono de Deus.

 

8:1 – Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, fez-se silêncio no céu por meia hora.

 

"...Cordeiro....abriu..."  As exigências e qualidades sobre o Cordeiro e seu ato de abrir os selos encontram-se comentadas em Apoc; 5:1; 5:4; 5:5 e 6:1

"...sétimo selo..."  O sétimo selo representa os juízos das sete trombetas.

"...silêncio no céu por meia hora..." Significados da expressão 'por meia hora': O texto não revela claramente tal sentido. 1 – Escritos judaicos  defendem que os anjos se calaram para que  os louvores originados de Israel fossem ouvidos  no trono de  Deus, ou talvez  para que as orações dos santos, elevadas em meio à agonia; 2 – Dizem outros que o silêncio de maia hora indica o modo calculado e estudado como Deus trabalha, uma vez que os céus não vive ambiente de confusão e pressa; 3 – Afirmam ainda que os céus silenciam  a fim de avaliarem melhor  os terrores que sobrevirão, dando tempo a que os homens se voltem para Deus; 4 – É bem possível que  tal silêncio indique a misericórdia de Ceus, que aguarda o retorno dos filhos pródigos. Deus estaria  retardando seus julgamentos, dando oportunidade mais extensa a quem decidisse voltar atrás. Os homens precisam de  momentos  de calma e meditação, de sondagem da própria alma na sua busca silenciosa por Deus.

 

 8:2 E vi os sete anjos  que estavam em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.

 

"...sete anjos..."  Esses anjos são espíritos ministrantes que operam junto com outros. São arcanjos com posições especiais de comando. Vivem na presença de Deus, pois o servem estando diante do seu trono (Isaías 63:9; Luc 1:19).

"...em pé diante de Deus..."  Conservavam sempre a posição de serviço e prontidão (Apoc 7:9).

"...trombetas..." A trombeta é instrumento que convoca à ação, convoca para a guerra e , anuncia a chegada de um alto visitante, chama para a adoração e avisa sobre f (Num 10:9; Ezeq 33:1-7; Ex 19:18).

 

8:3 – Veio outro anjo e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso para que oferecesse com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono.

 

Isto aconteceu antes que as trombetas soassem. Assim as taças de ouro, cheias de incenso, que são as orações dos santos , indicam que a abertura do rolo será  efetuada em resposta às petições dos santos que clamavam por vingança e justiça.

 

"...outro anjo..." Não sendo identificado, nada há contrário afirmarmos que é um outro ministro de Deus angelical, com mais uma missão importante a cumprir (Heb 1:14; Luc 4:10; At 1:10)

"...junto ao altar..." Faz parte do judaísmo helenista a crença de que existe nos céus um templo com seu altar, tudo semelhante ao que existiu na terra. É evidente que, embora se creia na fidelidade do autor em transmitir a visão de forma prática, se trata de uma simbologia.

"...incenso...'" Simboliza a oração ou orações dos santos.

"...orações dos santos..." Comentários sobre a atuação dos anjos estão contidos em Apo 5:8. Enfatiza-se aqui a necessidade de santificação na vida de todos os crentes.

 

8:4 – E da mão do anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso  com as orações dos santos.

Tais orações alcançaram seu objetivo final, isto é, chegaram ao trono Deus .Elas foram aceitas por serem provenientes de crentes santificados e sinceros.

      

8:5 – E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.

"...O anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra...": Vejamos o que comenta Dennis Allan : "O incensário servia para levar as petições dos santos ao Senhor. Agora, serve também para trazer uma resposta divina! Se os santos pedem justiça (6:10), é justiça que verão! O anjo enche o incensário do fogo do altar e o atira à terra. Encontramos uma cena semelhante em Isaías 6, onde um serafim tira uma brasa do altar para purificar o profeta (Isaías 6:6-7). A purificação que segue no Apocalipse vem por meio do castigo dos ímpios. Fogo do céu tem duas funções na Bíblia: Consumir os sacrifícios oferecidos ao Senhor (1 Crônicas 21:26; 2 Crônicas 7:1), e Castigar os inimigos de Deus (2 Reis 1:10,12; Lucas 9:54). Podemos ver aqui os dois sentidos, pois a morte dos inimigos de Deus apazigua a ira divina.E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto: Os servos aguardam em silêncio, e Deus responde com trovões, vozes, relâmpagos e terremoto."

8:6 – Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.

Este é um versículo que encerra a mudança de ambiente. Verdades outras serão reveladas, com a abertura, contendo sete trombetas.

8:7 – O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde.

A Primeira Trombeta (8:7)

"...O primeiro anjo tocou a trombeta...": Cada uma das sete trombetas será tocada por um dos anjos apresentados no versículo 2.

"...Houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra...": É uma lebrança de pragas usadas no castigo egípcio. Na sétima praga, caiu "chuva de pedras e fogo misturado com a chuva de pedras" (Êxodo 9:24). Na primeira, as águas se tornaram em sangue (Êxodo 7:17).

"...Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde...": Ainda não chegamos ao castigo total ou final, pois esta trombeta fala da destruição da terça parte da terra, especificamente das plantas. A terça parte é citada em outros castigos desta série (veja 8:8,9,10,11,12; 9:15,18).

A Segunda Trombeta (8:8-9)

8:8 – O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue,

Existem duas interpretações mais aceitas. A primeira é simbólica, entendendo que a montanha pode ser um poder angelical e a segunda que afirma que algo literal sucederá ao oceano, tornando-o com a aparência de sangue (por transformação química ou  pelo acréscimo de substâncias estranha, eliminando a vida marinha (poluição dos esgotos e semelhantes?)

Ainda se afirma que as autoridades humanas podem ser grandes e inabaláveis como montanhas, mas os juízos divinos os ruzizirão a zero (Ler Isaías 51:25). O mar servia como um dos principais meios de comércio (Isaías 23:2; Ezequiel 27:3). Neste sentido, a segunda trombeta pode sugerir um castigo que atinge a economia. O mar, também, pode representar os povos do mundo (Salmo 98:7; Isaías 23:11; 41:5; Ezequiel 26:16-18; Daniel 7:2-3). O castigo aqui seria a derrota de uma grande autoridade, atingindo os povos da terra..

8:9 – e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações.

 O mar está cheio de vida, mas esta trombeta destrói um terço das criaturas do mar. Também afeta o comércio, destruindo um terço das embarcações. Na época do Novo Testamento, os romanos dominavam um império construído pelo controle do Mar Mediterrâneo. A expansão do poder romano durante quase quatro séculos havia garantido domínio sobre as principais rotas comerciais entre três continentes – a Europa, a Ásia e a África. Uma praga que destrói a terça parte das embarcações deixaria o império aleijado e enfraquecido.

A Terceira Trombeta (8:10-11)

8:10 – O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha.

Pode-se supor também que a estrela grande seja outro anjo caído. O fato desse anjo chamar-se Absinto,indica que as calamidades por ele trazidas serão tão amargas como o nome do próprio anjo indica. /tal poder maligno corromperá os homens, que se exterminarão uns aos outros. Observa-se que as fontes de água doce serão atingidas, e elas são indispensáveis à sobrevivência humana. O mundo hoje já vive uma terrível crise escassez de água doce.

8:11 – O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas.

O nome da estrela é Absinto: A erva absinto representa amargura (Lamentações 3:15,19), especialmente o veneno de castigo divino (Provérbios 5:4; Jeremias 9:15; 23:15). Aqui, Deus ataca as águas potáveis, nos lembrando do efeito da primeira praga no Egito (Êxodo 7:20-21).

A Quarta Trombeta (8:12)

8:12 – O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite.

"...Foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles ... não brilhasse...": A linguagem usada para descrever o efeito da quarta trombeta é típica de profecias de visitações divinas, pois Deus controla os corpos celestes (Isaías 40:26; Jeremias 31:35. Como nos cumprimentos das profecias do Velho Testamento, a profecia da quarta trombeta não é do fim do mundo. Descreve um castigo de pessoas aqui na terra. O fato de envolver a terça parte do sol, da lua e das estrelas confirma a interpretação de um castigo parcial.

O Aviso da Vinda das Últimas Três Trombetas (8:13)

8:13 – Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!

Utilizamos os comentários de Dennis Allen:

"...Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu...": Os sete selos foram divididos, com uma série de quatro seguida por outra série de três. As trombetas são divididas da mesma maneira. Já passaram quatro. Agora, uma águia anuncia a vinda das últimas três, evidentemente mais severas do que as primeiras. A águia é conhecida universalmente como um forte predador, aqui voando pronta para descer e tomar a sua presa.

"...Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!...": A palavra "ai" demonstra dor ou lamento. Repetida três vezes, sugere dor extrema, um pré-anuncio dos castigos mais severos por vir. Novamente, a mensagem se aplica às pessoas na terra.

Bibliografia:

A Bíblia Sagrada. O Novo Testamento Interpretado, de Russel Champlin. Lições no Apocalipse, de Dennis Allan. O Apocalipse, de Delcyr de Souza Lima.Outras fontes informais de autorias não identificadas

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