Estudos no livro de Apocalipse (estudo 26) - Adélio Silva
Capítulo 17– Visão profética da Queda de Babilônia (Apoc 17:1 a 19:10)
Babilônia: A Grande Meretriz (Apocalipse 17:1-18)
Derramadas as sete taças, houveram manifestações das forças da natureza em conjunto com os poderes políticos. Eles se voltaram contra os adoradores da besta. Neste capítulo 17 João conduzido por um anjo para ver a destruição de Babilônia.
Não podemos perder de vista que Apocalipse foi escrito originalmente para a igreja cristã primitiva, perseguida pelo império romano. A negativa em adorar o imperador custou a vida de muitos crentes. A besta saída do mar representa a Roma pagã. . Historicamente representa o imperador Nero. Profeticamente, representa o Nero ressuscitado ou o anticristo. A besta saída da terra representa a Roma religiosa com seu culto ao imperador (interpretação histórica). Profeticamente ela representa o 'João Batista' do anticristo, isto é, o falso profeta, que promoverá o culto a ele.
Identificando a meretriz.
Pode-se dizer que a meretriz é a personificação de toda a forma de idolatria incentivada. Roma se tornou o foco das mais diferentes formas de adoração. Todo esse modelo foi condenado pelo profeta João e ele próprio predisse que haveria um final. À semelhança de outros tantos profetas do Antigo pacto (Isaías, Daniel , Jeremias) João também aguardava o estabelecimento da nova ordem para os seus dias.
Profeticamente espera-se para os últimos dias o aparecimento tanto de um império político (chamado de dez reinos), controlado pelo anticristo, e que terá a cidade de Roma como centro, como também veremos se reacender o culto ao imperador sob nova roupagem, que consistira na promoção da adoração ao anticristo. Satanás será adorado por meio do anticristo.
Todo esse sistema religioso/político na visão de João consistiria na meretriz, que se identifica com a Roma paganizada, com seu poderio econômico e politicamente influente. Contudo a Igreja Católica Roma não será a única protagonista desse meretrício. Mesmo algumas religiões que se dizem cristãs serão atraídas pelo culto ao anticristo, um emaranhado de crenças orientais e ocidentais. Essa nova prática religiosa estará voltada para o culto ao prazer e ao próprio homem.
A tribulação terá como um dos seus objetivos purificar as Igrejas que se dizem verdadeiramente evangélicas. Nos últimos dias a igreja voltará a ser subterrânea em virtude das perseguições movidas pelo anticristo.
17:1 – Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas,
Vimos na introdução a este capítulo que a grande meretriz é o paganismo romano (em especial a cidade de Roma), aqui identificado com a Babilônia antiga . A besta será Roma como um império mas será também o anticristo, que carregará sobre si toda a maldade romana.
"...um dos sete anjos que têm as sete taças...falou comigo..." O anjo é usado aqui como um orientador e isso é comum na simbologia do apocalipse. Ele fala com João.
"...mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz..." Roma (meretriz e império) é chamada de prostituta pela sua ação idolátrica e pagã, que chegou a negar a verdadeira adoração a Deus e pelo culto que prestava ao imperador. Os imperadores eram adorados como se fossem deuses. O julgamento representa a destruição iminente de Roma. Profeticamente a prostituta representa o paganismo do tempo do anticristo. Nos últimos dias Cristo estará fora da Igreja (Apoc 3:20) e o anticristo será o líder. A Igreja verdadeira resistirá a todo o movimento ecumênico liderado pelo romanismo em parceria com o anticristo.
"...sentada sobre muitas águas..." A antiga Babilônia era banhada pelo rio Eufrates e possuía muitos canais artificiais (Jer 51:13). Neste versículo o sentido mais exato aponta para 'as nações" que estarão sob o domínio do anticristo prostituído.
17:2 – com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra.
Todas as nações se envolveram na prática imoral com Roma, sempre com objetivo de obter vantagens. Chegou ao ponto de partilharem o envolvimento religioso. Apoc 13:17 afirma que nos últimos dias será necessário aceitar o culto ao anticristo, se pretender comprar e vender. Será um período de grandes provações para a igreja se é necessário a compra de alimentos e suprimentos para as famílias.
17:3 – Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres.
"...Transportou-me o anjo, em espírito..." João teve uma visão mental ou projeção mental futurista, o que, em termos atuais significa saída do corpo (Ver II Cor 12:2,3)..
"...A um deserto...": A um lugar apropriado a uma meretriz.
"...Uma mulher montada numa besta escarlate..." É a primeira besta que saiu do mar (Apoc 13:1,2). Neste versículo ele se refere ao império romano e ao Nero ressuscitado que simbolizou historicamente o anticristo. Em sentido profético, será efetivamente o anticristo, sediado em Roma. A meretriz montará historicamente sobre o imperador (sentido histórico) e sobre o anticristo (profeticamente). Eles andarão como um cavalo e seu cavaleiro,
"... besta repleta de nomes de blasfêmia..." A usurpação consiste em da adoração a Deus para si mesma, exigindo o culto ao imperador (ou anticristo) ( Ler II Tes 2:4). Os seguidores da besta participarão de sua natureza e assim também blasfemarão contra Deus e tudo quanto se chama santo.
"... com sete cabeças e dez chifres...": em Apoc 12:3 e 13:1 se explica o sentido dos chifres.Em 17:9 veremos que as cabeças são sete montes, ou seja, a cidade de Roma. As cabeças são também reis que foram endeusados no império romano. Os dez chifres são dez reis (Apoc 17:12), num sentido profético se referindo às dez potências que se projetarão nos últimos dias, encabeçadas pelo anticristo e que apoiarão Roma..
A cor escarlate da besta pode representar o sangue dos santos que Roma matou. O deserto lembra o estado espiritual de Roma pagã e seu culto. Também pode significar a desolação que virá em função do juízo divino . As vestes esplendorosas da meretriz lembram o luxo que cerca o sistema religioso do vaticano.
17:4 – Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição.
"...Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas...": Já sabemos que ela é uma meretriz (17:1), mas ela se veste como se fosse uma mulher rica, de nobreza ou realeza.
"...Tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição: A Babilônia dera às nações "o vinho da fúria da sua prostituição..." (14:8). Da mesma maneira que a Babilônia histórica, cidade principal de sua época, deu seu vinho às nações e causou a loucura delas (Jeremias 51:7), a Babilônia simbólica, Roma, deu de seu cálice às nações de seu tempo. Todas queriam participar do "sucesso" da grande cidade mundana, e iam participar, também, do castigo que viria sobre ela. Mesmo ela sendo bem-vestida e atraente às nações, Deus viu o seu cálice cheio de abominações e imundícias, coisas repugnantes ao Santo Senhor. (Dennis Allan)
17:5 – Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: Babilônia, a Grande, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra.
"... na sua fronte..." Como no caso dos adoradores da besta, a meretriz traz uma marcada identificadora, juntamente com o que ela personifica. As prostitutas em Roma eram marcadas com um nome em suas testas. Champlin nos informa que os sistemas ditatórias como o nazista também identifica com marcas as suas vítimas . As prostitutas também se identificam com seus trajes extravagantes.
"...mistério...Babilônia...a grande..." Na linguagem no Novo Testamento um mistério é uma verdade anteriormente oculta na mente divina, sendo posteriormente revelado só por Deus. Assim, o mistério a ser revelado é o caráter idolátrico e profano de Roma, aqui identificada com Babilônia . Ela é grande por trazer todo o sistema político religioso sob seu controle.
"... a mãe das meretrizes..." A prostituição de Roma em mais alto grau a torna a geradora das demais ramificações idolátricas . A influência de Roma gerou muitas filhas, as seitas que a dotaram o culto ao imperador na Ásia menor da era dos apóstolos.
" ...e das abominações da terra..." Abominação, no grego, é "bdelugma", indicando todas as formas de impureza cerimonial relacionada a qualquer contato com os ritos idolátricos. É algo detestável, que cheira mal . Assim será também o anticristo e a meretriz que nele se inspira.
Outros comentários sobre a meretriz
A mulher não esconde a sua verdadeira identidade. As características da Babilônia são encontradas em Roma, e o nome passa a representar esta cidade e sua influência como prostituta corrompendo as nações. Isaías chamou Tiro de meretriz, dizendo que "ela tornará ao salário da sua impureza e se prostituirá com todos os reinos da terra" (Isaías 23:15-17). Uma profecia contra Nínive disse: "Tudo isso por causa da grande prostituição da bela e encantadora meretriz, da mestra de feitiçarias, que vendia os povos com a sua prostituição e as gentes, com as suas feitiçarias" (Naum 3:4). Roma, por sua influência sobre as nações do mundo, é descrita como a mãe das meretrizes.
17:6 – Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus; e, quando a vi, admirei-me com grande espanto.
"... embriagada...o sangue dos santos...testemunhas de Jesus..." Roma tanto era idolátrica como martirizou grande número de crentes. O sangue dos santos causou um estado de embriaguês à meretriz que se tornou cada vez mais sedenta e sanguinária. Este é o efeito do álcool. Os mártires foram testemunhas até o fim. Sob o domínio do anticristo muitos cristãos também morrerão em fidelidade.
"... admirei-me com grande espanto..." João teve dificuldades imediatas para entender o sentido da visão.
17:7 – O anjo, porém, me disse: Por que te admiraste? Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher:
O anjo viu a reação de João, e imediatamente começa a responder à preocupação do profeta.
O anjo promete uma explicação sobre a meretriz e sobre a besta. Esta explicação se segue nos próximos versículos.
17:8 – a besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá.
Transcrevemos as considerações gerais sobre este versículo:
I – Identificação da besta: Historicamente, foi o Nero ressuscitado, figurado no imperador Domiciano. Profeticamente será o anticristo.(Apoc 13:1,2 e 17:3)
II – Era e não é: Nero existiu mas estava morto à época de João. Voltaria como uma das cabeças da besta.
III – De alguma forma o anticristo será alguém que voltará do estado de morte para assumir o controle de perseguir a igreja;
IV – A besta ou anticristo tem seu fim certo e determinado;
V – os discípulos do anticristo não estão inscritos no livro da vida. O versículo sugere reprovação ativa (ou predestinação para alguns, já definida por Deus). O assunto contudo requer um tratamento mais cuidadoso, uma vez que Deus se utiliza do arbítrio humano e suas escolhas, sem interferir positivamente nisso.
VI – Os seguidores da besta aplaudirão sua inteligência e a seguirão
17:9 – Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis,
"...Aqui está o sentido, que tem sabedoria...": O anjo já prometeu explicar o significado da visão, e agora chama a atenção de João aos pontos principais. A sabedoria é maturidade espiritual e não conhecimento humano.
"...As sete cabeças são sete montes...mulher sentada"Roma era chamada de cidade das sete colinas. Logo ela se identifica com as cabeças (imperadores romanos). (Citando Virgílio, Eneida,vi 782), A mulher sentada refere-se ao domínio político sobre tais cidades.
"...São também sete reis...": Isto é, sete imperadores romanos.
17:10 – dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco.
Há controvérsias entre os estudiosos para determinar qual a sequencia histórica que se encaixa dentro da visão de João, definindo a linha de imperadores. Não creio ser relevante o alongamento da disputa sobre tal detalhe, pois poderíamos perder de vista á essência do conteúdo.. Damos abaixo um quadro aproximado com base em alguns autores consultados:
a) Os cinco imperadores que já haviam passado quando João escreveu:
Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio, Nero ( que era)
b) Vespasiano ( 6 º 0 um que existe. Alguns concluem que seria Domiciano)
c) Tito (o 7º)
Dom iciano (o 8º. Seria o Nero ressuscitado - o anticristo historico)
17:11 – E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.
"...besta que era e não é, também é ele o oitavo rei..." É uma referência à tradição judaica de que Nero ressuscitaria. Nero seria o anticristo da Igreja histórica.
"...procede dos sete..." O anticristo será identificado com um dos sete imperadores, a saber, Nero.
17:12 – Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora.
É aceitável a opinião de Dennis Allan relativamente a este versículo:
Durante uma boa parte do império romano, foi usado um sistema conhecido como "rei-cliente", em que reis subordinados ao imperador governavam províncias do império. Os Herodes, que governavam a Judéia, servem como exemplo deste tipo de rei subordinado, ou rei fantoche. Os reis-clientes durante o reinado de Domiciano, reinariam "com a besta", mas o seu tempo seria curto – "durante uma hora". Em contraste, os servos do Senhor que não adoraram a besta, foram prometidos o privilégio de reinar "com Cristo durante mil anos" (20:4). Os vencedores receberiam "autoridade sobre as nações e com cetro de ferro as regerá" (2:26-27). Não precisamos entender uma hora literal, nem mil anos literais, para apreciar o contraste (interpretação histórica)
17:13 – Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem.
Controlados, são meramente fantoches. Não têm poder próprio, pois todo o seu poder é dado à besta. Já observamos que a besta surge do mar e depende das nações, da sociedade humana, para seu poder e a sua existência. O imperador romano mantinha seu poder por dominar as nações e seus reis.
17:14 – Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele.
"....Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá..." : Os reis da terra seriam reunidos para uma batalha em Armagedom (16:14,16). Sabemos, também, que servem à besta e ajudarão na perseguição dos fiéis. Mas mais importante de tudo, sabemos que a vitória será do Cordeiro!
"....o Senhor dos senhores e o Rei dos reis...": Cristo é aqui identificado pelo seu título, mais importante figura do universo e assim requer toda a fidelidade humana. Cristo só será o Salvador se for também o Senhor (Apoc 1:5)
"...vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele..." Chamam-se eleitos os que são escolhidos para eleição. Se destacaram entre a humanidade . Deram toda a lealdade a Cristo e rejeitaram o anticristo .A garantia da vitória está na lealdade ao verdadeiro Soberano.
17:15 – Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas.
"...águas..." A meretriz estava sentada sobre águas. Elas apontam para todas as nações e povos , poderes políticos e sistemas sociais humanos. Roma os controla e domina.
17:16 – Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo.
"...dez chifres..." Líderes políticos que apoiarão o anticristo.
"...besta..." É a besta saída do mar ou seja o anticristo com figura de Nero
"...odiarão a meretriz e a farão devastada e despojada..." Em uma interpretação histórica , Nero retornaria e com ímpeto e terror destruiria a cidade de Roma. Isto não ocorreu,embora Roma tenha caído.
"...comerão as carnes..." Os exércitos invasores levavam corvos que participavam da carnificina. João supõe que a invasão de Roma seria total e definitiva . Comer carne indica a brutalidade da ação militar.
"...consumirão no fogo..." A devastação incluía consumir o que restasse pelo fogo.. Profeticamente, no tempo da tribulação representantes de todas as variedades da fé cristã farão oposição ao anticristo e terão de viver escondidos.
17:17 – Porque em seu coração incutiu Deus que realizem o seu pensamento, o executem à uma e dêem à besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus.
Tudo o que ocorrer proveniente das atitudes do anticristo será com permissão de Deus. Deus usa a palmatória que deseja para exercer seus juízos. Assim ele fez na história do seu povo Israel ao se utilizar de nações estrangeiras como Babilônia e Assíria para exemplificar seu povo. . A meretriz Jerusalém será destruída por inimigos pagãos (Ez 16;37). À semelhança da autodestruição movida por Deus no passado para exemplificar os exércitos assírios , acontecerá ao mover o poder político contra o poder religioso , todos manipulados por Satanás, uns contra os outros. Como afirma Carpenter: "Desse modo a ira do homem resulta no louvor de Deus".
17:18 – A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da terra.
O império romano está quase no fim e isto será visto em detalhes no capítulo dezoito. O anticristo, paganizado, é representado por Roma papal. . Semelhante a Babilônia, ela cairá . Este é o mistério contido no versículo 5. Tal mistério se estende até os últimos dias, na figura do anticristo, que também será vencido.(14:8; 16:19; 17:5); é a cidade mundana que se colocou contra Deus no espírito de Egito, Sodoma e Jerusalém (11:8). Ela é Roma, a cidade que dominava sobre os reis da terra na época de João.
Bibliografia:
A Bíblia Sagrada. O Novo Testamento Interpretado, de Russel Champlin. Lições no Apocalipse, de Dennis Allan. O Apocalipse, de Delcyr de Souza Lima.Outras fontes informais de autorias não identificadas
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