segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estudos no Apocalipse - Estudo 28 - Queda de Babilônia - (19:1-21)

Estudos no livro de Apocalipse (estudo 28) -  Adélio Silva
 

Capítulo 19– Visão profética da Queda de Babilônia (Apoc 17:1 a 19:10) – Continuação

Deus é louvado pela destruição de Babilônia (19:1-5)

Esta é a sexta das sete visões sobre o assunto e o seu conteúdo reflete o estado de regozijo por ter Deus finalmente exercido seu julgamento sobre Roma, a grande meretriz.  A interpretação histórica mostrou que Roma agiu  na corporificação do império romano  exigindo adoração que só  é devida a Jeová. Já a  interpretação profética afirma que o anticristo personificará toda a maldade, depravação e atitudes malignas, sendo por isso concorrente a receber os juízos divinos em todos os níveis.

O cântico de louvor entoado nos céus é entoado por todos os seus habitantes, os mártires já glorificados, mais a população angelical.

19:1 – Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus

",,,depois destas cousas..."  indica tanto a continuidade da pronunciação como a revelação de algo novo.

"...grande voz..."  Como em outras partes a voz 'grande' é para chamar a atenção de todos para a importância do que vai ser anunciado.

"...céu..." Quase todo o conteúdo entregue ao profeta João foi originado dos céus, o que garante sua confiabilidade  e importância.

"...imensa multidão..."  composta de  mártires e remidos de todos os séculos, diversas ordens de seres angelicais .

"...Aleluia..."   Significa 'louvado seja o Senhor'. Na frase em evidência ela serve de abertura ou doxologia para o que será exposto. (Ver Apoc 19:1,3,4,6).

"...salvação..." Ela é única dádiva exclusiva de Deus. Uma resposta aos mártires que tiveram suas vidas ameaçadas pelo anticristo  e finalmente triunfaram. O que está  envolvido na salvação?  Além do perdão dos pecados, engloba a participação em toda a plenitude de Deus   ( Ef 4:29), a transformação segundo a imagem de Cristo ( II Cor 3:18 e Rom 8:29 e II Ped 1:4)

"...glória..." Exaltação, poder, reconhecimento da manificência do ser. O cântico será o instrumento de manifestação da glória.

"...poder..." Para julgar re reinar, superando as ambições do anticristo.

"...o Senhor..."  Título dando a Cristo no N. T.  No Apocalipse é um título dado a Deus o Pai. Cristo se projeta mais como Senhor dos homens , pois os salvou o remiu.

19:2 – porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.

Uma confirmação do que já foi comentado em  16:4-7.No julgamento da Babilônia, Deus se mostrou justo e respondeu à petição das almas debaixo do altar, no quinto selo, que esperavam a vingança contra seus perseguidores (6:9-11).

19:3 – Segunda vez disseram: Aleluia! E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos.

A multidão repete sua palavra de adoração (aleluia!), dando honra a Deus.

"...E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos..."  João antecipou a destruição de Roma pelo fogo, entendendo que o Nero redivivo  liderando os persas  fariam isso. Profeticamente, comentadores vêm aqui o resultado  do uso das armas nucleares em escala mundial  com a queda do anticristo .  Nos últimos dias  o culto ao anticristo atrairá todos os apóstatas. Haverá contudo crentes fiéis que se oporão ao anticristo. Será uma época difícil para o Igreja. 

19:4 – Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia!

 Já comentado  em  Apoc 4:4, 6. Semelhante às "ondas de louvor" dos capítulos 4 e 5, mas aqui a adoração começa com a grande multidão e continua com os 24 anciãos e os quatro seres viventes. Deus permanece no trono. Imperadores vêm e vão, mas o Todo-Poderoso continua governando o seu reino universal e eterno.

"...Dizendo: Amém! Aleluia!...": Que seja assim! Louve a Deus!

19:5 – Saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes.

"... uma voz do trono, exclamando..." Em Apoc 9:13 é como se  o altar adquirisse vida.. Aqui é a voz de um anjo que cuida do trono e assume a fala de Deus

"...Dai louvores ao nosso Deus..." , todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes: Toda criatura, da menor ao maior, deve honra ao Senhor (cf. 5:8-14). Temer significa ter medo ou respeitar e reverenciar. Deus merece o temor de todas as suas criaturas (cf. 1 Pedro 2:17).

Anúncio do casamento do Cordeiro -   (19:6-10) -  Sétima visão referente à queda de Babilônia

19:6 – Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso.

Prossegue mais um ciclo de louvor pela numerosa multidão (19:1). Em outras ocasiões ela já se manifestou louvando:  Estas descrições identificam, em outros versículos, a forte voz de Jesus (1:15), dos sons que vêm do trono (4:5; 8:5; 11:19; 16:17-18), ou de um grande número de adoradores (14:2). Aqui, é a voz coletiva da grande multidão.

"...Dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso..." Deus é chamado aqui de Senhor e Todo-Poderoso pelos motivos seguintes: O dragão queria reinar, mas não conseguiu. A besta se achava única, mas sua autoridade duraria pouco tempo (13:4-5). A meretriz dominava os reis do mundo, mas ela caiu (17:18; 18:2). Das dez vezes que a palavra traduzida aqui por "Todo-Poderoso" aparece no Novo Testamento, nove estão no Apocalipse (1:8; 4:8; 11:17; 15:3; 16:7,14; 19:6,15; 21:22).

19:7 – Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou

Uma festa de casamento contém manifestações de alegria. É apropriada a comparação da parousia de Cristo com uma festa de casamento. Tanto no VT como no NT  o casamento simboliza a glória espiritual e alegria dos servos leais a Deus, sendo que no NT representa o recebimento  da noiva por parte de Cristo ( Ef 5:23). Textos do Velho Testamento como  Is 54:1-8 Os 2:19. Mas conforme comentários outros, mesmo em culturas pagãs como a g rega empregavam-se a união entre seus adeptos e o salvador-deus como uma espécie de matrimônio sagrado.

   A parábola  das virgens néscias e das prudentes reflete esta simbologia ( Mat 25:1-13 e Mat 22:1-14; Mc 2:19,20). João Batista viu Jesus como o noivo  e o próprio Jesus assim se considerava . Assim se dará na segunda vinda de Cristo, quando a noiva será pura e preparada para o noivo ( II Cor 11:2) e Ef 5:22-27).

O preparo especial da noiva está refletido em suas vestes festivas  bem como em sua preparação, purificando-se. O ritual judaico compreendia  o 'banho  nupcial' e só posteriormente vestia os trajes novos e limpos. Isto  é símbolo da alma purificada pelo sangue de Cristo ( Ef 5:9) sob  a ação do Espírito Santo.

O livro de Apocalipse pinta  a  celebração da festa no ambiente celestial e a festividade se prolongando pela eternidade  ( Apoc 21:9) .

O  figura do Cordeiro indica  que a expiação veio através do sangue de Cristo, tento ele comprado e limpado sua noiva (Apoc 5:6) 

19:8 – pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.

Observe-se o contraste: A meretriz, a grande cidade mundana, estava vestida de linho finíssimo, mas sua posição como rainha durou pouco tempo. Linho fino é a roupa adequada para um servo na presença de um rei (Gênesis 41:2). Foi usado nas vestes sacerdotais no Velho Testamento (Êxodo 28:5,6,8,15,39,42; 1 Samuel 2:18; 22:18). Deus vestiu sua esposa em linho fino (Ezequiel 16:10,13). Em outros trechos do Apocalipse, linho finíssimo mostra a pureza dos servos de Deus. É vestido pelos anjos que saem do santuário com os sete flagelos (15:6; cf. Ezequiel 10:2-7). A noiva que se apresenta a Cristo é vestida de linho fino.

"...Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos...": O significado do linho, como já deduzimos das citações acima, é a pureza dos servos obedientes.

19:9 – Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus.

" ...Escreve..." A ordem de escrever garantiria que a mensagem  se tornaria permanente e que chegaria a outras pessoas. Então a mensagem do Apocalipse existe para ser conhecida e não para ser escondida, à exceção de Apoc  10:4, onde  a ordem era selar o conteúdo até posterior revelação.

"...Bem aventurados..."  É considerado feliz  quem consegue  atingir um estágio de  riqueza espiritual. O melhor é que estado é permanente, Aos convocados para as Bodas é prometido as benesses espirituais ou  bem-aventuranças.  Premiação devida à noiva:  herança ( Rm  8:17), natureza espiritual e imagem de Cristo ( Rom 8:29), santidade ( Rm 3:21), plenitude  de Cristo e de Deus (Col 2:10).

"...ceia das bodas...'" Já comentado em 19:7.

"...Disse-me ainda... verdadeiras palavras de Deus..."  Nada, nenhuma perseguição ou situação difícil poderá destruir a igreja de Jesus Cristo. Deus prometeu e sua palavra sempre é verdadeira.

19:10 – Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.

"...Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo..."  É rejeitada toda e qualquer manifestação que possa resultar em adoração aos anjos (confirma em  Apoc 22:8,9). Conforme atesta alguns autores, o judaísmo  helenista costumava incentivar a adoração aos anjos.  Não se pode esquecer que  os homens redimidos serão elevados bem acima dos anjos, já nos céus, após haverem recebido a plenitude de Cristo ( Ef  1:23; 3:19; Col 2:10 e II Ped 1:4). Nenhum ser que em especial seja inferior ao homem deve ser adorado.

Dentre os que adoravam anjos estão os gnósticos e os nicolaítas. Esta heresia estava presente como uma ameaça às igrejas da Ásia menor para quem o Senhor Jesus remeteu suas  cartas. O livro de Colossenses, as três cartas de João , Judas, I e II Timóteo e Tito  possuem conteúdo  combatento inclusive a adoração  aos anjos.

"...conservo dos teus irmãos..." Este trecho transmite a idéia de que  o homem, na forma espiritual pura seria semelhante aos anjos mais elevados. A queda o reduziu a um nível muito inferior, visto que o retorno para Deus através de Cristo deve passar por dificuldades. Tal retorno compreende um processo gradual ( II Cor 3:18), auxiliado pela ação do Espírito Santo. A Bíblia, expressão revelada escrita de Deus, o apresenta como Pai, isto é, originador de todas as famílias de seres, das diferentes ordens. Assim sendo, assumimos a irmandade inclusive com os anjos  (conservos dos irmãos).

"...adora a Deus..."  Somente o Deus Todo-Poderoso pode e deve ser adorado.

"...o testemunho de Jesus é o espírito da profecia..." Toda a profecia deve honrar a Cristo, em seu conteúdo moral e em suas  implicações espirituais. A condição é que elas sejam  inspiradas por Deus. O elemento essencial da profecia é que Cristo seja exaltado como Messias e sua mensagem ao mundo. A simples predição do futuro nada tem a ver com a verdadeira profecia. 

 

A parousia de Cristo, definindo a condenação dos ímpios  e de Satanás( Apoc 19:11-16)

19:11 – Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco, e que estava montado nele se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com  justiça.

"...Vi o céu aberto..." João viu em visão espiritual O céu aberto revela a mensagem da salvação dos gentios. Agora, o céu aberto revela a salvação dos fiéis depois das tribulações sofridas pelas mãos dos perseguidores. As dimensões celestes são compostas de nív eis espirituais (ver Ef 1:3)

"...E eis um cavalo branco...": A identificação do cavalo e do cavaleiro vencedor do primeiro selo (6:1-2) depende, em parte, deste trecho. Aqui, não há dúvida sobre o cavaleiro, que logo será identificado como o Verbo de Deus (19:13). Já sabendo que se trata de Jesus, observemos bem as características destacadas nesta descrição.

"...O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro...": Jesus é "a testemunha fiel e verdadeira" (3:14; cf. 1:5; 2 Coríntios 1:20-22). Fiel à sua missão, aos mártires, a si mesmo. É verdadeiro em seu caráter, pois não possui falsidade alguma. É reto em seus julgamentos.

"...E julga e peleja com justiça..." Em oposição a isto está a justiça corrompida dos sistemas humanos que sempre buscam vantagens corporativas (Is 11:3,4; Apoc 15:3; 16:5,7). Ele julgará à besta ou anticristo.

O que significará a segunda vinda de Cristo? (na visão do comentarista Champlin)

a)     Para a Igreja – Será um tempo de ajuntamento e triunfo.  Envolverá a primeira ressurreição e a transformação segundo a imagem de Cristo por parte dos que não experimentaram a morte física ( I Tes 4:15 e I Cor  15:51).  Para alguns pensadores  a volta de Cristo ocorrerá antes da Grande Tribulação.  Isto não pode ser admitido pois o contexto do livro mostra que a igreja passará (em parte) por esse período. Para esses mártires é que o livro foi escrito numa interpretação profética.

b)     Para a nação de Israel – o retorno de Cristo representará o cumprimento de muitas profecias do Antigo Testamento . Israel se converterá como nação  ( Rm 11:26) e se tornará uma nação missionária poderosa, significando ainda isso o 'sinal do filho do Homem' que antecederá  sua  vinda. O pacto davídico se cumprirá em Israel se tornará  a cabeça das nações durante o milênio ( Atos 15:14-17; Zac 14:1-9 ; 13:8; II Sam 7:8-17; Luc 1:31-33; I Cor 15:24);

c)     E para as nações gentílicas , a parousia  será a destruição dos poderes ímpios, sob a escravidão ao anticristo.  As nações serão julgadas . Haverá um grande número de conversões  a Cristo e logo a seguir virá o milênio. Ísto será bem real, mas poderá ser de natureza espiritual. O Espírito de Cristo governará aos homens produzindo a era áurea. Para os crentes será uma manifestação visível, que resultará em profunda alteração  espiritual;

d)     Será uma série de acontecimentos em um tempo bastante prolongado. Biblicmente ela começa com o Armagedom e termina com a completa renovação da terra, aí incluído o milênio. ( II Ped 3:4,12).

Termos usados para descrever a volta de Cristo:

1 – Parousia, que significa presença ou chegada ( I Cor  16:17 e II Cor 7:7). O grego helenista usava a palavra para indicar a visita de algum elevado oficial. Na parousia Cristo ressuscitará os mortos ( I Cor 15:23),  transformará aos crentes vivos ( I João 3:2) e recolherá  os remidos (Apoc 19:11)

2 – Será uma "epifania", isto é, será visível  ( II Tes 2:8; I Tim 6:14; II Tim 4:1,8 Tito 2:13)

19:12 –Os seus olhos eram como chama de fogo; sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguem sabia senão ele mesmo.

"... Olhos de fogo..." A mesma descrição de Jesus em 1:14 e 2:18 .  Lembra um feroz  julgamento  sobre as forças iníquas do anticristo.

Os diademas  indicam todos os níveis de governo. Tanto o dragão quanto o anticristo tinham diademas, mas nada comparado aos de Cristo (Apoc 2:17; 3:12 e 14:1)

"...Tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo..." : Nomes dados representam o caráter ou as características de uma pessoa (Marcos 3:16-17; Lucas 8:30; João 17:26). Jesus merece um nome superior aos outros (Hebreus 1:4; Filipenses 2:9). Mesmo quando ouvimos nomes atribuídos a Jesus (como "o Verbo de Deus" do próximo versículo), não conseguimos compreender a grandeza do seu caráter. Ele continua sendo santo e sublime. (Dennis Allan)

            O nome de Jesus é o nome da redenção humana

19:13 – Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus;                      

Qual o significado desse sangue ou de quem seria ele? Hipóteses: Primeira O sangue dele mesmo. Certamente foi o sangue do Cordeiro que trouxe a redenção e garantiu a vitória dos fiéis (cf. 1:5; 5:9; 7:14; 12:11; 22:14); Segunda:  O sangue dos mártires, o motivo da vingança que o cavaleiro traz (cf. 6:10; 16:6; 17:6; 18:24; 19:2); Terceira.  O sangue dos inimigos vencidos pelo Senhor (cf. 14:20). A figura similar numa profecia do Antigo Testamento pode esclarecer o sentido, favorecendo a terceira opção citada. O guerreiro volta de Edom com o sangue dos inimigos na sua roupa (Isaías 63:1-6).

"...E o seu nome se chama o Verbo de Deus..." É diferente do nome secreto. Neste caso significa que Cristo é a manifestação de Deus para aplicação dos seus juízos. Como verbo ele também é a fonte  e o controlador, o sustentador  de toda a vida. A razão central de tudo e todos..

19:14 – e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro.

".... exércitos que há no céu..." Todos ou parte de todos os habitantes dos céus (Ler Isaías 4:14 e Apoc 12:7). Os mártires comporão esse exército e voltarão para participar da vingança contra o anticristo e seus aliados.

"...com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro..." O exército dos mártires  ou de todos os crentes em Cristo. São os espíritos humanos. Já os seguidores do anticristo terão suas vestes manchadas  com a idolatria .  

19:15 – Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.

Significados:

Espada aguda: explicada em 1:16, indica o poder de Cristo como juiz;

Governo com  vara de ferro: Pastoreará todas as nações com força e energia;

Pisar o lagar:  Na batalha do Armagedom  será aplicado o furor poderoso de Jeová sobre Babilônia (Roma);

Deus Todo-Poderoso:  Não há limites para Deus exercer seu domínio e força. (Apoc 1:8;4:8).

19:16 – No manto, sobre a sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos Senhores.

"..Rei dos Reis e Senhor dos Senhores..." Título dado a  Cristo em Apoc 17:14. Na medida em que a espada pende da cintura cai sobre a coxa. Seu nome empresta poder e autoridade. Havia um antigo costume de gravar  o nome do artirta sobre a coxa da estátua. Os cavalos gregos  traziam sinais identificadores sobre suas pernas traseiras.

Cristo em sua segunda vinda esmagando o anticristo (17-21)

 19:17 – Então, vi um anjo posto em pé no sol, e clamou com grande voz, falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus,

"... um anjo posto em pé no sol..."O fato de estar sobre o sol lhe empresta uma formidável  e temível aparência. É semelhante à águia narrada em 8:13  e ao anjo que passou pelo meio do céu em 14:6.

"....aves..." Pássaros representam maus pressentimentos. As aves de rapina seguiam os exércitos em grandes bandos , chegando a formar nuvens. Eles figuravam carnificinas, mortes e desespero (Mat 24:28)  que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus:

"...grande ceia de Deus..." Um contraste em esta horrível ceia e as bodas do Cordeiro.

19:18 – para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes.irão dos grupos

As comidas para as aves virão dos grupos citados e mais de perto dos que estiverem envolvidos na luta. Os soldados podiam ser livres ou escravos, de todas as patentes militares. As pragas serão um efeito das guerras e seus efeitos atingirão a população civil indistintamente.

19:19 – E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército.

"...a besta..." A primeira  besta saída do mar . Ela tanto é Roma como é o Nero redivivo, uma figura  demoníaca, o anticristo.  Profeticamente ela é a Roma revivida, também o anticristo.

"... os reis da terra..."  Históricamente pode ter sido os sátrapas persas. Profeticamente pode ser visto como todos os poderes terrenos.

"... com os seus exércitos.. "contra aquele que estava montado no cavalo." As poderosas nações do período da parousia, que se aliarão ao anticristo contra o Cordeiro e seus santos e anjos

19:20 – Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre.

"... a besta...falso profeta...aprisionados" O anticristo(besta saída do mar) foi aprisionado, e com ela o falso profeta(besta saída da terra) que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem: Os dois aliados do dragão introduzidos no capítulo 13 – a besta (do mar) e o falso profeta (a besta da terra que induzia as pessoas a adorarem a besta) são tomados pelas forças do Cordeiro.

"...Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre..."

Opiniões sobre o lago de fogo:

A maioria dos chamados pais da igreja encaravam o hades como  um lugar onde ainda luzia esperança ou de um possível encontro com Cristo  e a total salvação ou de melhoria das condições ali reinantes, após a descida de Cristo até ali ( I Pedro 4:6), uma vez que os limites  eternos somente serão lançados  quando da segunda vinda de Cristo e após o milênio, e não quando da morte do indivíduo.

Lago de Fogo: Em nenhum outro lugar do Novo Testamento há menção dele. Seu conceito é semelhante ao conceito judaico sobre 'geena'. Neste versículo somente o anticristo e seu falso profeta são ali lançados, sendo posteriormente também o próprio diabo (Apoc 20:3), isso após o milênio e a revolta final., pois ali não habita homem algum.

Significado de fogo e enxofre:

A maioria dos intérpretes  pensa em algum simbolismo. Como um fogo literal poderia causar sofrimentos a espíritos?  Seria como tentar jogar uma pedra contra o sol com a força do braço. Evidentemente está presente o simbolismo de vingança, ira, grande desprazer contra os que desprezaram Cristo (Ver Apoc 14:11 e Col 3:6).

Por outro lado João procurou descrever a realidade do julgamento com palavras vívidas e duras.

A linguagem simbólica não deve ser  entendida literalmente, embora seja real a realidade do inferno. Em vários outros lugares do Apocalipse (cap 4,5,21 e 22) também não se deve entender  a realidade do céu como  retratada por João.

A grande tragédia da perdição não é que os homens sofrerão mas o fato que ele está perdido. Perdeu a possibilidade de ser transformado segundo a imagem de Cristo e participar da plenitude de Deus.. É uma perda infinita, eterna, , pois o prêmio da salvação é infinito. Isso ultrapassa em muito ao sofrimento porque os perdidos   terão de passar. II Tes 2:8 concorda com as idéias acima.

 

19:21 – Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo. E todas as aves se fartaram das suas carnes.

Os seguidores das bestas não saem ilesos. A espada da boca de Jesus os mata. Ela vem da boca, representando a palavra dele que julga (Hebreus 4:12-13) e a autoridade dele para pelejar e matar (2:16). Aqui, a espada é usada contra os seguidores da besta.

"...E todas as aves se fartaram das suas carnes..." Já comentado  no  versículo 18

Bibliografia:

A Bíblia Sagrada. O Novo Testamento Interpretado, de Russel Champlin. Lições no Apocalipse, de Dennis Allan. O Apocalipse, de Delcyr de Souza Lima.Outras fontes informais de autorias não identificadas

Windows 7: agora com recursos que economizam bateria. Clique para conhecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores

Arquivo do blog

Quem sou eu

Um humilde servo de Deus, alcançado pela sua graça e alimentado pela esperança da vida eterna.